Guerra na Ucrânia. Bruxelas reage a ameaça nuclear com novas sanções

Legislação para impor um teto ao preço do petróleo, a proibição de negócios e uma nova lista de personalidades ligadas ao regime fazem parte do pacote.
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A Comissão Europeia propôs esta quarta-feira um novo pacote de sanções contra a Rússia, após a "escalada da tensão" da parte de Moscovo. As medidas punitivas foram apresentadas esta quarta-feira de forma genérica pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

"Os falsos referendos nos territórios que a Rússia ocupou, são uma tentativa ilegal de se apoderarem de terras e de alterarem as fronteiras internacionais pela força", criticou a presidente da Comissão Europeia, citando ainda "a mobilização e a ameaça de Putin para utilizar armas nucleares", como "novos passos na escalada da tensão".

"Não aceitamos o falso referendo, nem qualquer tipo de anexação na Ucrânia, e estamos determinados a fazer o Kremlin pagar por uma nova escalada", enfatizou Ursula von der Leyen, anunciando os termos genéricos do oitavo pacote de sanções.

"Propomos avançar com novos embargos à importação de produtos", anunciou a chefe do executivo comunitário, convicta de que a medida "vai manter os produtos russos fora do mercado europeu e privar a Rússia de 7000 milhões de euros de lucros".

A lista de exportações europeias para a Rússia também será alargada, com o objetivo de "limitar o complexo militar do Kremlin de tecnologias importantes. Por exemplo, isto inclui peças para a aviação, ou componentes eletrónicos e alguns produtos químicos específicos", disse Von der Leyen.

"Propomos embargos adicionais na prestação de serviços europeus à Rússia e a proibição de cidadãos europeus de trabalharem na liderança de empresas estatais russas", frisou a presidente da Comissão Europeia, para quem a "a Rússia não deve beneficiar do conhecimento e perícia europeus".

Bruxelas vai ainda iniciar o processo legislativo para dar seguimento à decisão do G7 de impor um preço máximo ao petróleo russo, esperando a comissão que "esse teto ao preço do petróleo (...) reduza os lucros da Rússia, e por outro lado mantenha o mercado global de energia estável".

A lista de sanções vai ainda incluir um conjunto de novas personalidades, ligadas aos procedimentos para a mobilização de militares para combaterem na Ucrânia, assim como todos aqueles que tiveram algum tipo de intervenção para a realização dos referendos nas regiões ucranianas de Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaporijia, ocupadas pela Rússia.

As "medidas restritivas adicionais" dirigem-se "aos indivíduos que estão a apoiar, facilitar ou beneficiar da invasão da Ucrânia", anunciou o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell.

As sanções pretendem atingir "as autoridades representantes da Rússia em Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia", disse Borrell, na breve conferência que partilhou com a chefe do executivo comunitário.

"Aos russos que organizaram e facilitaram estes falsos referendos nos quatro territórios ucranianos ocupados", deverão ser congelados bens e proibida a entrada em solo europeu, disse Borrell

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