Guardia Civil alertada pela GNR para fugitivo português armado

Possibilidade de fuga para Espanha acautelada com alerta policial
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A informação de que o homem suspeito dos crimes de Aguiar da Beira já podia estar perto de Salamanca, em Espanha, circulou ontem pelas aldeias de São Pedro do Sul e por Arouca, onde vive a família de Pedro Pinho Dias. Ao início da noite, já se acrescentava que a Polícia Judiciária (PJ) teria enviado uma equipa para Salamanca, mas fonte oficial da PJ desmentiu esta informação ao DN acrescentando que essa decisão teria de obedecer a trâmites legais de cooperação judiciária.

Uma eventual fuga do suspeito para o país vizinho foi acautelada pela GNR desde terça-feira, quando informou a Guardia Civil do que se estava a passar, enviando todos os dados do suspeito: fotografia, características físicas e outras informações, como foi confirmado com fonte oficial da Guarda. E a possibilidade não é de afastar. Afinal, da vila de Arouca (Aveiro) à cidade espanhola de Salamanca - a que está mais próxima da região - são apenas três horas e 25 minutos.

Segundo o jornal Salamanca 24 Horas, toda a região está em alerta, estando a ser dada atenção especial aos aeródromos - já que o suspeito sabe pilotar aeronaves - e que já está ser pedida a colaboração das populações para que avisem as autoridades, caso avisem o suspeito.

O jornal La Gaceta de Salamanca, sublinha que a zona fronteiriça com Portugal está em estado de alerta desde ontem.

Entretanto, a Polícia Judiciária enviou ontem inspetores das diretorias de Coimbra e da Guarda ao centro da vila de Arouca, munidos de mandado judicial, para realizarem uma busca à casa da família de Pedro Dias. Trata-se da residência onde vivem os pais do suspeito (o pai era engenheiro e a mãe professora e estão ambos reformados) e a irmã. O objetivo da diligência foi tentar encontrar pistas de que o fugitivo, de 44 anos, tivesse sido encoberto pelos familiares desde terça-feira, dia em que fugiu às autoridades. Esta ação começou ao início da tarde e terminou perto das 18.00.

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À polícia interessa também uma quinta que é do pai de Pedro Dias, na freguesia da Várzea, a 11 minutos da vila de Arouca, e que estava a ser usada pelo suspeito. É uma quinta onde há dois anos a GNR apreendeu armas, munições e aves exóticas.

Recolha de informação

Ontem, foi o terceiro dia de fuga deste homem suspeito de ter executado a tiro um militar da GNR em Aguiar da Beira na terça-feira e de, nesse mesmo dia, ter ferido gravemente outro militar e disparado sobre um casal para lhe roubar o carro (tendo causado a morte do homem e deixado a mulher em estado grave). Enquanto a PJ realizou a busca na casa de Arouca, militares à paisana da GNR andaram pelas aldeias de Candal, Póvoa das Leiras e Coelheira, no concelho de São Pedro do Sul, a seguir a pista da possibilidade de Pedro Dias ter sido ajudado naquela zona por locais. Foi em Candal que a carrinha pick-up do fugitivo chegou a ser intercetada pela Guarda, na terça-feira, tendo-se seguido uma troca de tiros do suspeito com os militares. A GNR chamou então reforços e Pedro Dias fugiu, embrenhando-se nas covas e nos caminhos de mato e de pedras da serra da Freita.

Na quarta-feira tinha um encontro combinado com um casal em Candal para lhes comprar uns animais, mas já não compareceu. O presidente da Junta de Freguesia de Carvalhais e Candal, José Carlos Almeida, não acredita que o suspeito tenha tido ajudas por ali: "Ele tinha mais amigos em Arouca do que em Candal, onde são poucos os casais novos."

Atualmente, o autarca está mais preocupado com a insegurança que os 40 habitantes da aldeia de Candal sentem desde que a GNR desmobilizou parte do efetivo de buscas na noite de quarta-feira. "Ficaram as patrulhas e uns agentes da investigação, mas já não há a mesma presença policial", lamentou.

Para uma aldeia que ficou sitiada na noite de terça para quarta-feira, com ordem para trancar portas e janelas por causa de um suspeito em fuga, o medo parece legítimo. "As pessoas passaram a ter precauções redobradas, mesmo depois de a GNR ter dito que podiam retomar a sua vida", refere José Carlos Almeida.

O major Marco Cruz, porta-voz do Comando Geral da Guarda Nacional Republicana, adiantou ao DN que "os patrulhamentos do policiamento de proximidade e a investigação criminal na zona vão continuar"

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