Grávidas infetadas devem ser vigiadas em casa para evitar idas a hospitais
"Havendo condições para tal devemos manter uma monitorização diária remota [através de teleconsultas] da sua [grávidas] evolução clínica, conseguindo que se evitem deslocações necessárias aos centros de saúde, consultórios ou hospitais", afirmou Carlos Veríssimo, diretor do Serviço de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo, de Loures, na conferência de imprensa diária da Direção Geral da Saúde.
De acordo com o membro da direção do Colégio da Especialidade de Ginecologia-Obstetrícia e do Colégio de Competência em Ecografia Obstétrica Diferenciada da Ordem dos Médicos, as "grávidas devem seguir os conselhos de higiene e de contenção social recomendados pela DGS e devem manter os cuidados de prevenção, investigação e diagnóstico semelhantes aos da população em geral".
Carlos Veríssimo reforçou que estas mulheres têm de manter a vigilância recomendada pelos seus médicos incluindo a realização de ecografias e exames laboratoriais.
Todas estas questões são abordadas na orientação divulgada, esta segunda-feira, pela DGS sobre gravidez e parto durante a fase de mitigação da pandemia (onde já está previsto o contágio comunitário). Pode ler esta norma aqui.
No caso das grávidas com covid-19, o parto deve ser feito em salas isoladas, se possível de pressão negativa, e deve manter-se "o menor número possível de intervenientes", disse, acrescentando que "o acompanhamento por terceiros não é de todo recomendado".
O médico adiantou também que a analgesia epidural é fortemente recomendada no caso de grávidas com covid-19, de forma a evitar "ao máximo uma anestesia geral".
De acordo com os dados avançados pelo médico, há neste momento 60 mil grávidas, prevendo-se sete mil partos por mês, 230 por dia. Podemos "inferir que eventualmente, segundo as taxas de incidência que temos conhecimento, teríamos seis grávidas infetadas sintomáticas, isto é: um a dois partos por cada mil infetados".