Governo promete devolver aos contribuintes, com juros, o dinheiro investido na CGD

O secretário de Estado adjunto do Tesouro e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, congratulou-se com um acordo que parecia "impossível" com Bruxelas quanto à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e garante que os 2,7 mil milhões de euros que o Estado vai injetar no banco vão ser devolvidos aos contribuintes.

Para o governante acordo com Bruxelas demonstra que "é possível a um Estado soberano investir num banco público e manter o controlo acionista a 100%, sem que tal seja incompatível com as regras de mercado europeias." Ricardo Mourinho Félix acrescenta ainda que o "acordo traduz uma relação entre o Estado, a Comissão Europeia e os princípios de funcionamento de mercado que muitos julgavam impossível."

Quanto aos despedimentos, o secretário de Estado diz que se tratam apenas de rescisões amigáveis, embora admita que o plano para a Caixa é exigente para os trabalhadores, pois exigirá aos mesmos "uma forte capacidade de adaptação à mudança."

O governante diz também que o plano exigente para os acionistas (os portugueses), pois vão investir 2,7 mil milhões de euros, garantindo, no entanto, que aos contribuintes vão ser devolvidos "no futuro mais do que aquilo que agora investirão".

Quanto ao facto da CGD passar a ter 19 membros no Conselho de Administração, o secretário de Estado justifica que o "número de administradores não-executivos suficiente e que é em tudo semelhante aos dos demais bancos do sistema, que têm uma dimensão claramente inferior à CGD."

O governo acredita assim que "a manutenção da confiança na CGD implica um virar de página", através de um plano que permita "lidar com ativos improdutivos e assegurar uma adequada cobertura das imparidade, orientar a concessão de crédito para os melhores projetos empresariais e que criam valor e emprego e criar valor para o acionista e ser autossustentável".