Governo britânico acredita que a Rússia vai reduzir operações ou fazer pausa
O Ministério da Defesa britânica considera que as operações russas na Ucrânia vão baixar o seu ritmo se Moscovo não fizer uma pausa operacional significativa para reorganizar e reequipar as suas equipas no terreno.
O objetivo político imediato declarado da Rússia é dimensionar todo o Oblast (estado federal russo) de Donetsk, refere o ministério britânico no balanço diário, esta terça-feira divulgado, sobre a guerra na Ucrânia, sublinhando que "embora a Rússia ainda possa obter mais ganhos territoriais, o seu ritmo operacional e taxa de avanço tornar-se-ão provavelmente muito lentos sem uma pausa operacional significativa para reorganização e reequipamento".
"A Rússia tem lutado para manter um poder de combate ofensivo eficaz desde o início da invasão e isso está a tornar-se um problema cada vez mais agudo", lembra o ministério.
"Além de lidar com falta de pessoal, os decisores russos enfrentam um dilema entre enviar reservas para [a região ucraniana de] Dombass ou defender-se dos contra-ataques ucranianos no setor sudoeste de Kherson", adianta o Governo britânico.
Há 10 dias, Moscovo anunciou que ia fazer uma "pausa operacional" na Ucrânia para as tropas russas restabelecerem as capacidades de combate, mas a informação foi, entretanto, contrariada pelo Instituto para o Estudo da Guerra dos Estados Unidos.
"As unidades que efetuaram missões de combate durante a operação militar especial estão a tomar medidas para reabastecer as capacidades de combate. Os militares têm a oportunidade de relaxar, receber cartas e encomendas de casa", disse, na altura, o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.
Konashenkov não especificou a duração prevista para este intervalo ou em que áreas de combate ia ser aplicado.
Por outro lado, o Instituto para o Estudo da Guerra, dos Estados Unidos, assegurou que as forças russas não cessaram as hostilidades e considerou ser "improvável que o façam".
A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia, condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.