Gouveia e Melo. "Todo o país vai ser acelerado" na vacinação e auto agendamento a partir dos 50 anos pode começar esta quinta-feira
"Todo o país vai ser acelerado" na vacinação, uma vez que estão a chegar a Portugal "vacinas em maior quantidade", afirmou, esta quarta-feira, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador do plano de vacinação contra a covid-19.
Em entrevista à TVI24, Gouveia e Melo afirmou que há, no entanto, regiões mais atrasadas do que outras neste processo, como Lisboa e Vale do Tejo - onde se tem verificado um aumento de casos de infeção nos últimos dias -, o Norte e Algarve, que vão ser "ligeiramente aceleradas" em termos de vacinação. De referir que o Alentejo é a região com maior percentagem de vacinas administradas.
As diferenças no ritmo de vacinação são explicadas pela "estrutura etária diferente" entre regiões, esclareceu o vice-almirante. Uma situação que ocorre porque as regiões que têm "mais idosos" avançaram mais rapidamente no plano de vacinação.
"As regiões têm estruturas etárias diferentes, há regiões com população mais jovem, outras com população mais idosa. Regiões com população mais idosa naturalmente fizeram progressos, tendo em causa a situação global", esclareceu. Gouveia e Melo voltou a reforçar que todo o país iniciará a campanha de vacinação para as faixas etárias a partir dos 30 e 40 anos em junho.
O responsável referiu também que o auto agendamento para a faixa etária a partir dos 50 anos pode arrancar já esta quinta-feira.
"O agendamento, em princípio será amanhã [quinta-feira] à tarde. Eu dependo sempre dos Sistemas de Informação, a solução nem sempre é imediata mas em princípio será amanhã à tarde", disse na TVI24.
Gouveia e Melo fez saber que esta faixa etária já está a ser vacinada através do agendamento local.
Foi também referido na entrevista que esta semana vai terminar a vacinação dos maiores de 60 anos.
"Há dias em que ultrapassámos as 100 mil, estamos numa média de cerca de 80 mil vacinas por dia. Não podia acontecer chegarem vacinas e não termos capacidade para as administrar", explicou o vice-almirante.
Gouveia e Melo fez ainda críticas à gestão do fornecimento das vacinas por parte das empresas farmacêuticas, referindo que os envios não chegam de uma forma constante.
"O que se está a verificar é que, para cumprirem o contrato, as empresas enviam as vacinas já no fim do trimestre e isso atrasa o processo de vacinação, porque eu só tenho as vacinas disponíveis no final do tempo", explicou.
Afirmou que após o ritmo "muito elevado" de vacinação que tem vindo a ser aplicado, Gouveia e Melo indica que o processo vai ser "menos complexo" no futuro.
O coordenador da estrutura que gere todo o processo logístico da vacinação contra a covid-19 considera que quando for atingida a imunidade de grupo, irá ser dado "um passo muito importante", mas "não é o fim" do processo.
"Não sei se depois disso não teremos de manter um ritmo elevado para conseguir atingir outros objetivos", referiu Henrique Gouveia e Melo, confiante de que a imunidade de grupo vai ser atingida em agosto, se tudo correr como está previsto, nomeadamente no que diz respeito à entrega de vacinas.