Gonçalo Amaral tinha antecipado o novo suspeito. "Será o bode expiatório"

O antigo inspetor da PJ que investigou o desaparecimento de Maddie disse no ano passado que a polícia inglesa estava a apontar para um suspeito alemão que já tinha sido descartado em Portugal.
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"Um bode expiatório." Foi desta forma que Gonçalo Amaral, antigo inspetor da Polícia Judiciária que investigou o caso Maddie definiu em 2019 o novo principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann.

Numa entrevista a um jornalista australiano em abril do ano passado, numa altura em que se falava já na existência de um suspeito de nacionalidade alemã, Gonçalo Amaral disse ao podcast Maddie da Nine.com.au que a polícia inglesa estava a "preparar o fim da investigação, com um pedófilo alemão que está na prisão agora".

"Será ele provavelmente o bode expiatório", disse Amaral na conversa com o jornalista Mark Saunokonoko, em que fazia a antecipação do que agora se está verificar com o anúncio pelas autoridades alemãs, inglesas e portuguesas sobre o este suspeito alemão.

Amaral sustentava o referido suspeito já tinha sido investigado pela Policia Judiciaria na época "tendo sido descartado como suspeito"

"A caravana em que ele morava foi levada para a Alemanha para testes, mas nada foi encontrado", afirmou em abril de 2019 o homem que liderou a investigação ao caso, tendo apontado o casal McCann como principal suspeito.

No programa deste meio australiano, Amaral disse que o suspeito alemão era um criminoso sexual condenado e estava a cumprir sentenças na Alemanha não relacionadas com o desaparecimento de Maddie, Esta informação foi repetida em novembro passado ao canal espanhol Cuatro, tendo Gonçalo Amaral reafirmado que a imprensa inglesa estava errada ao apontar um alemão condenado a prisão perpétua como a nova linha de investigação. "Aquilo que eu sei é que não é esse", afirmou, adiantando ter informações que apontavam ser um outro alemão o suspeito das polícias inglesa e alemã.

Na altura, Gonçalo Amaral também disse que o novo suspeito - presumivelmente referia-se a Chrstian B,, agora apontado pelas autoridades alemãs e inglesas - tinha muitas semelhanças físicas com Gerry McCann.

O ex-inspetor criticou ainda a Operação Grange, a investigação da Polícia Metropolitana de Londres, com um orçamento de 14 milhões de euros, para encontrar o rasto de Maddie.

Gonçalo Amaral ainda não se pronunciou sobre estas novas suspeitas das polícias dos três países envolvidos na investigação. O DN não conseguiu contactá-lo.

O casal McCann chegou a mover uma ação cível contra o antigo inspetor por causa da publicação de um livro em que apontava Gerry e Kate como responsáveis pelo crime. O tribunal cível de Lisboa chegou a proibir a venda e a produção de novas edições do livro "Maddie: A Verdade da Mentira" de Gonçalo Amaral, bem como de novas edições do DVD com reconstituições, mas depois o Trbunal da Relação e o Supremo anularam a decisão, tendo Amaral sido absolvido ainda de pagar a indemnização de 500 mil euros exigida pelos McCann a que o tribunal de primeira instância tinha dado provimento.

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