GNR sem rasto credível de fugitivo há três dias
A mais recente pista credível sobre um possível paradeiro de Pedro Dias, o fugitivo mais procurado do país, já tem três dias e foi quando abandonou em Carro Queimado, uma localidade de Vila Real, um carro que tinha roubado. Segundo fontes policiais que têm acompanhado o trabalho operacional da GNR, desde essa vez em que terá sido visto, "vestido de vermelho", que nada mais de concreto se soube sobre o suspeito de ter morto duas pessoas (um militar da GNR e um civil) e de ter ferido com gravidade uma mulher, apesar de a Guarda ter montado um cerco na noite de quarta para quinta-feira na zona de Ludares, perto de Carro Queimado. A pista de que poderia estar na aldeia de Gache, ali perto, não se confirmou.
Não houve mais registo de outros carros furtados ou roubados por carjacking na zona. Na caça ao homem, já se coloca a possibilidade de o fugitivo estar agora a ser ajudado ou mesmo de alguém lhe ter emprestado um carro para continuar a fuga. Ontem, a Judiciária esteve no lugar de Tojais (Vila Real) a ouvir os moradores de uma residência que denunciaram roubo de roupa no estendal. Suspeita-se que tenha sido Pedro Dias a levar dois cobertores, um casaco e dois gorros e ainda material de caça e outros bens.
Pedro Dias, desaparecido desde de 11 de outubro, estará armado com uma caçadeira de canos serrados. Conhece aquelas aldeias transmontanas de Vila Real onde já caçou, andou a vindimar e até a negociar cavalos. Não tem por ali muitos amigos, apenas alguns caçadores conhecidos. No terreno, a frustração dos militares de três comandos (Viseu, Aveiro e Vila Real), ao fim de 10 dias de buscas, já se faz sentir.
Alguns guardas que se têm até voluntariado para prolongar o horário, com o objetivo de deter o fugitivo que matou a tiro um colega em Aguiar da Beira, chegam ao fim de um dia que dura 16 ou 20 horas com desabafos do género: "Parece que andam a gozar connosco"!", como contou ao DN fonte policial envolvida diretamente nas operações. Por outro lado, acrescenta, queixam-se de não haver coordenação da Polícia Judiciária, responsável pela investigação. Dizem saber que há "muita informação dispersa" ou que "a PJ passa o que quer e lhe apetece". "Já aconteceu homens nossos andarem atrás de pistas dadas pela Judiciária e que não tinham qualquer interesse", diz uma fonte. No terreno os homens têm a sensação de "andar à procura de algo que a PJ já tem". Por outras palavras, de estarem sempre um passo atrás.
Os militares dizem saber que as chamadas dos familiares de Pedro Dias, residentes em Arouca (os pais e a irmã), já estão "filtradas pela PJ" mas garantem não ter recebido informação relevante a esse respeito, nem tão pouco sobre o resultado das buscas realizadas pelos inspetores à residência da família no centro da vila. Os homens da GNR têm revistado todos os dias barracões agrícolas, casebres e casas abandonadas. "Recebemos informação de dezenas de avistamentos por dia", conta ou fonte da Guarda Nacional Republicana ao DN.