Glutão Direito é bicampeão nacional
Histórico e difícil de igualar o feito conseguido hoje pelo quinze de Monsanto, que ao derrotar o CDUL na quarta final consecutiva do campeonato entre as duas equipas que têm dominado o râguebi português nos últimos anos, alcançou não só o pleno de triunfos nas quatro provas da época (Supertaça, Taça Ibérica, Taça de Portugal e Divisão de Honra) como venceu a sua quinta final consecutiva em todas as provas!
E a receita seguida pelos homens de Martim Aguiar voltou a ser a que tão bons resultados deu em êxitos anteriores: irrepreensível disciplina tática, controlo do jogo, profundo conhecimento do modo de jogar do adversário e capacidade de anular os seus pontos fortes, determinação, classe... e carradas de suor para ultrapassar as muito difíceis condições climatéricas.
A chuva foi preponderante no desenrolar do jogo, ao prejudicar o labor das equipas, em especial o seu interesse em desenvolver jogadas à mão. Direito entrou a dominar , acampando no meio-campo contrário e aos 5' Nuno Sousa Guedes desperdiçou uma primeira penalidade, no que não seria imitado por Pedro Cabral logo a seguir (3-0 para o CDUL aos 9').
Com os advogados sempre a mandar no encontro, aos 29' o abertura Luís Salema - o mais valioso jogador da final - chutou alto, como se percebeu ser uma das táticas preferenciais de Direito face à muita chuva que caía, e teve sorte na má receção de João Belo, que tentou uma tapinha sem nexo e perante a escorregadela do defesa Pedro Cabral, José Maria Vareta foi muito rápido a cair sobre a oval que sobraria para o centro Manuel Vilela que chutou a seguir fazendo o ensaio inaugural - e único do jogo - virando para 5-3!
E aos 32' Salema concluiria uma longa sequência de fases com um excelente drop, fazendo os 8-3 ao intervalo em 40 minutos nos quais Direito dominou com 69% de domínio territorial.
No 2.º tempo o CDUL esteve melhor, adiantou-se no terreno, mas a defesa coesa de Monsanto nunca abriu brechas e com a bola e o terreno cada vez mais difíceis, os universitários só marcariam numa penalidade de Tiago Girão (8-6), que falharia outra muito fácil aos 63' - por que é que Cabral saiu a meio do 2.º tempo? -, e que constituiu o canto do cisne do CDUL, pois Direito (melhor adaptado às más condições) voltou a subir no terreno e num pontapé de Sousa Guedes aos 68' selaria os definitivos 11-6, o 6.º título nacional em 8 anos e 11 .º do seu historial (e apenas nos últimos 18 anos!).
O jogo marcou ainda a despedida do pilar João Correia (grande exibição) dos relvados num jogo onde o capitão vencedor Vasco Uva (10.ª vez campeão) jogou os primeiros 60 minutos com uma rotura do ligamento cruzado anterior no joelho!
Entretanto no jogo anterior o RC Montemor, ao bater o CR Évora por 17-15, venceu a final da 1.ª Divisão e passará a integrar a elite do râguebi nacional em 2016/17 substituindo o CR Arcos de Valdevez.
As anteriores Finais
2015 Direito-CDUL 26-19
2014 CDUL-Direito 19-15
2013 Direito-CDUL 17-9
2012 CDUL-Agronomia 24-15
2011 Direito-Belenenses 9-3
2010 Direito-Agronomia 22-12
2009 Direito-Agronomia 32-25
2008 Belenenses-Agronomia 22-21
2007 Agronomia-Direito 15-8
2006 Direito-Belenenses 22-6
Campeões Nacionais (58 edições)
CDUL, 19 títulos; Direito, 11; Benfica 9; Cascais e Belenenses, 6; Académica, 4; Técnico, 2; Agronomia, 1.
Direito - Palmarés
Campeonatos: 11 (1999, 2000, 2002, 2005, 2006, 2009, 2010, 2011, 2013, 201, 2016)
Taças de Portugal: 9 (1976, 1981, 1982, 2002, 2004, 2005, 2008, 2014, 2016)
Supertaças: 11 (1999, 2000, 2002, 2004, 2006, 2008, 2009, 2010, 2013, 2014, 2015)
Taças Ibéricas: 4 (1999, 2002, 2013, 2015)