Giscard quer nova UE a 12. E Portugal fica
Convencido de que nos últimos dez anos França caiu numa "pouca vergonha orçamental", Valéry Giscard d"Estaing deixa o alerta: o seu país arrisca-se a ficar "na situação que viveu a Grécia" em 2010 e a ter de "pedir ajuda ao FMI". Em entrevista ao Le Figaro, o ex-presidente francês, de 88 anos, apresenta a sua solução: criar à volta do euro uma "união aprofundada" de uma dúzia de países que obedeçam às mesmas regras orçamentais e fiscais.
Nesta união europeia alternativa, a que Giscard chama apenas "Europa", cabem França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Portugal, Espanha, Áustria, a Polónia "quando chegar o momento certo". A participação da Irlanda e da Finlândia "pode ser equacionada". "Estes doze países constituiriam um conjunto homogéneo. O seu objetivo é complementar o euro com uma união orçamental e fiscal", explicou o homem que liderou os destinos da França entre 1974 e 1981. Europeísta convicto, Giscard vai mesmo mais longe e defende que esta "federação de Estados-nação" deve estar dotada de um Tesouro público comum e de um mecanismo de solidariedade financeira". Uma tese que defende no seu livro Europa - la dernière chance de l"Europe, com prefácio do ex-chanceler alemão Helmut Schmidt.