Genéricos já têm 48% de quota de mercado
O número de medicamentos genéricos no mercado português atingiu um novo recorde no primeiro trimestre de 2018, assegurando uma quota de mercado de 48,2%. É a primeira vez que a fasquia dos 48% é ultrapassada e representa uma subida de 1,2% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, de acordo com dados fornecidos pelo Infarmed.
O organismo que regula o setor dos medicamentos em Portugal considera que este crescimento no recurso a genéricos resulta de uma maior sensibilização para a utilização destes medicamentos, que têm a mesma eficácia, segurança e qualidade que os medicamentos originais.
De acordo com o Infarmed, no grupo de medicamentos que têm genéricos comercializados nas farmácias (o chamado mercado concorrencial), a quota atinge já 64%, o que significa que dois em cada três medicamentos dispensados são genéricos.
Houve medidas implementadas que tiveram influência nestes resultados, como é o caso do incentivo de 35 cêntimos que o Estado paga às farmácias por embalagem de genéricos dispensada. O Infarmed realça que os profissionais de saúde e as farmácias tiveram um contributo incontornável para os resultados, tornando possível o acesso aos tratamentos mais adequados e com a máxima poupança para os utentes e para o Serviço Nacional de Saúde.
No mercado de genéricos, as novidades surgem com grande velocidade. Nos primeiros três meses deste ano foram aprovados 52 medicamentos genéricos, dos quais 15 de utilização em meio hospitalar, relativos a 35 substâncias ativas distintas.
Redução de despesas
Segundo informações da autoridade nacional do medicamento, houve mesmo medicamentos cuja entrada no mercado teve impacto significativo nas contas da saúde nacional.
Por exemplo, a introdução no mercado comparticipado do Serviço Nacional de Saúde (SNS) do genérico da rosuvastatina, um medicamento para o colesterol, gerou uma redução da despesa de 1,3 milhões de euros para o SNS e de 1,4 milhões de euros para o utente no primeiro trimestre de 2018, face ao período homólogo.
Deste medicamento foram dispensada mais 19 mil embalagens (um subida de 7,5%), que já superou 50% no mês de março. O preço por embalagem desceu 30% (menos 12,83 euros) face ao período homólogo.
O Infarmed informa ainda que está atualmente a reportar dados de quota de mercado com base nas doses diárias definidas (doses diárias habituais por adulto), à semelhança do que a maioria dos países da OCDE utilizam. Com o recurso a esta métrica, a quota atinge 53,1% no primeiro trimestre (o que representa mais um ponto percentual face a 2017).