Dois irmãos sul-africanos foram presos sob a acusação de planear explodir a embaixada dos Estados Unidos (EUA) em Pretória e instituições judaicas, para além de planearem juntar-se ao grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), disse hoje a polícia..Os gémeos de 23 anos, Brandon-Lee e Tony-Lee Thulsie, estiveram presentes num tribunal de Joanesburgo depois de terem sido presos no fim de semana.."Eles queriam, alegadamente, explodir a embaixada dos EUA e instalações judaicas no país", disse o porta-voz da polícia de elite de África do Sul -- os 'Hawks' -- Hangwani Mulaudzi..Os EUA e a Grã-Bretanha alertaram no mês passado para a possibilidade iminente de ataques terroristas por parte de extremistas islâmicos nas maiores cidades da África do Sul..O alerta dos EUA dizia que os ataques podiam ter como alvo locais frequentados por cidadãos norte-americanos, incluindo centros comerciais no centro de Joanesburgo e na Cidade do Cabo, populares entre os turistas..Os dois homens, que são acusados de planear juntarem-se ao EI na Síria, estão em prisão preventiva e vão voltar a tribunal no próximo dia 19.."Eles estavam no nosso radar desde 2015. Tentaram sair do país duas vezes, através do aeroporto Oliver Tambo e através de Moçambique (para se juntarem ao EI)", continuou Mulaudzi..Segundo os documentos do tribunal, os irmãos "conspiravam atos de terrorismo ao planear explosões numa missão dos EUA e de instituições judaicas"..Os suspeitos foram também acusados de incitar outras pessoas a "ajudá-los e a incentivá-los", segundo a acusação provisória.."O objetivo era promover os ideais políticos, religiosos e ideológicos do EI", disse..Outros dois suspeitos também presos no sábado estariam ligados aos irmãos, mas o tribunal adiantou que foram acusados por crimes diferentes e iam ser ouvidos noutro tribunal..Os muçulmanos representam apenas 1,5% da população de África do Sul, que tem 53 milhões de habitantes e, até agora, o país tem escapado dos ataques 'jihadistas' feitos no continente africano.."Temos provas de que há sul-africanos a juntarem-se ao espaço geográfico do EI (na Síria)", disse Nick Piper da Signal Risk, uma consultora de segurança da Cidade do Cabo, à imprensa.."A radicalização está a acontecer na África do Sul. Se houver algum incidente, há uma forte possibilidade de acontecer aqui", concluiu..A embaixada dos EUA não quis fazer comentários.