Ganharam medalha olímpica juntas, mantiveram relação em segredo e agora levam a filha aos torneios

Medalhadas olímpicas dinamarquesas Christinna Pedersen e Kamilla Rytter Juhl tiveram primeiro filho em janeiro, depois de dez anos de uma relação em segredo
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Christinna Pedersen e Kamilla Rytter Juhl, atletas dinamarquesas que conquistaram a medalha de prata nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016 na competição de pares de badminton, foram mães em janeiro, depois de terem mantido a relação em segredo durante dez anos.

Companheiras de equipa, tornaram-se amigas durante uma digressão e nunca tinham estado numa relação com uma pessoa do mesmo sexo. Pensaram que seria apenas uma "fase", mas já não havia volta a dar. "Eu disse 'de maneira nenhuma, não posso estar com outra rapariga'", contou Pedersen, 32 anos, à BBC Sport. "Não podíamos evitar mais os nossos sentimentos. Estavam a ficar cada vez mais fortes", acrescentou.

Embora tivessem contado a família, amigos, companheiras de equipa e treinadores, decidiram manter o relacionamento em segredo para o resto do mundo, até porque muitos dos maiores torneios de badminton são jogados em países asiáticos onde as relações homossexuais não são bem aceites. "Também foi importante para nós sermos conhecidas como jogadores de badminton", frisou Pedersen, que alcançou também a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. "Queríamos mostrar a todos que éramos boas no badminton para não sermos conhecidas como o casal sobre o qual os jornais escreveriam. Queríamos que contassem a nossa história do badminton. Depois do Rio, sentimos que tínhamos mostrado ao mundo o nosso valor", prosseguiu.

Em outubro de 2017, Pederson e Rytter Juhl falaram abertamente sobre o seu relacionamento numa televisão dinamarquesa. "Não tínhamos nada a temer", vincou Rytter Juhl, 35 anos, que deu à luz Molly Rytter-Pedersen no passado mês de janeiro. Foi a mais velha do casal a engravidar, também por estar já numa curva descendente da carreira desportiva.

"Sempre foi um grande sonho para nós ter um bebé", confessou Pederson. "Era importante encontrar o momento certo, porque não poderíamos ter um bebé e ainda estar a jogar, porque a Kamilla teria de ficar afastada da competição", acrescentou Christinna Pedersen, que continua em competição e conta sempre com a filha de dois meses e a mulher na assistência.

Para trás ficou o badminton de alta competição para Rytter Juhl. "Sinto um pouco falta disso, mas por outro lado não sinto falta de nada porque é muito difícil estar no topo. A pressão era tão alta", diz a atleta, que confessou considerar a tenista Serena Williams uma inspiração.

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