Furto do material de guerra em Tancos não justificou alterar grau de alerta

Secretária-geral do Sistema de Segurança Interna disse que Unidade de Coordenação Antiterrorismo não recebeu aviso sobre riscos em Tancos
Publicado a
Atualizado a

Helena Fazenda, secretária-geral do Sistema de Segurança Interna (SGSSI), sublinhou esta terça-feira que a primeira avaliação ao furto do material militar de Tancos não justificou a alteração do grau de "ameaça moderada" no país.

"Perante todos os elementos disponíveis [no dia seguinte ao furto] não foi identificado qualquer elemento, qualquer circunstância que abalasse a avaliação da ameaça existente no território nacional" feita pela Unidade de Coordenação Antiterrorismo (UCAT), enfatizou Helena Fazenda.

A procuradora-geral que é SGSSI intervinha perante a Comissão parlamentar de Defesa, por requerimento do PSD para clarificar alguns aspetos relacionados com o furto do material militar em Tancos, no final de junho.

"Não se desvalorizou a ameaça" em qualquer momento e o primeiro-ministro foi informado pela SGSSI, no final dessa primeira reunião da UCAT (pouco depois das 20:00 do dia 30), "que não foi identificado por todos os serviços e forças de segurança" qualquer elemento que justificasse aumentar o grau de alerta no país - "e concretamente no que se refere ao terrorismo", realçou Helena Fazenda.

Nessa reunião da UCAT no dia 30 de junho e que juntou forças e serviços de segurança, serviços de informações e Ministério Público, na qual participou o principal chefe militar, "o que saiu é que não houve quaisquer elementos, quaisquer situações supervenientes que pusessem em causa a segurança nacional e em matéria de terrorismo", reafirmou a SGSSI.

A SGSSI explicou depois que a avaliação da ameaça em Portugal é feita em permanência pelo SIS, com base nas informações fornecidas pelo SIED e por todos os outros serviços e forças de segurança.

Helena Fazenda garantiu depois que nenhum dos membros da UCAT partilhou internamente a existência de quaisquer riscos ou ameaças aos paióis de Tancos, depois de questionada sobre a existência dessa informação no Ministério Público.

"Se existiu não chegou de todo", pelo que "não tinha nenhum conhecimento prévio" de que uma informação dessa natureza tivesse chegado à UCAT, reafirmou Helena Fazenda, ouvida pela Comissão de Defesa horas depois do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) sobre o caso de Tancos.

A procuradora-geral adjunta explicou depois que muitas das questões colocadas pelos deputados estão agora sob investigação e que "este é o tempo da investigação", sendo que a SGSSI não tem acesso aos processos nessa fase.

Atualizada às 16:45 com informação dada ao primeiro-ministro pela SGSSI

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt