Fundo de empresário português faz proposta para comprar o Chelsea
A Aethel Partners, um dos maiores fundos de investimento do Reino Unido que é detido pelo português Ricardo Santos Silva, fez na quarta-feira uma proposta na ordem dos 2,4 mil milhões de euros para adquirir o Chelsea. A notícia foi adiantada pelo jornalista Matt Law, do jornal britânico The Telegraph. Fonte da empresa britânica detentora dos direitos de exploração das minas de Moncorvo confirmou entretanto a notícia à Lusa: "Confirmamos que a Aethel Partners entregou uma proposta para aquisição do Chelsea Football Clube."
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A Aethel Partners está disposta a avançar já com cerca de 60 milhões de euros para "aliviar a pressão financeira sobre o clube" na sequência das sanções impostas pelo Reino Unido a Roman Abramovich devido à invasão da Rússia na Ucrânia. O fundo compromete-se ainda a manter Thomas Tuchel no comando técnico da equipa.
Ricardo Santos Silva é um empresário português, empreendedor na área da tecnologia e filantropo. É cofundador da Dorae, empresa premiada como pioneira tecnológica pelo Fórum Económico Mundial e também cofundador do fundo Aethel Partners. Foi galardoado com o Prémio de Empreendedor do Ano 2019 pela Presidência da República Portuguesa.
Roman Abramovich comprou o Chelsea em 2003 por 167,6 milhões de euros e gastou qualquer coisa como 2,4 mil milhões de euros, entre reforços e melhoria das infraestruturas do clube, tendo conquistado 17 troféus (incluindo duas Ligas dos Campeões) em 19 anos. De acordo com a imprensa britânica, chegou a recusar propostas para vender o clube na ordem dos 2,6 mil milhões.
O magnata russo colocou o clube à venda e garantiu que os lucros gerados nesta transação serão canalizados para as vítimas da guerra na Ucrânia. Essa foi aliás uma das imposições do governo britânico para permitir o negócio em regime excecional e para evitar a falência do vencedor da Champions e do Mundial de Clubes da época passada, depois de impor sanções ao oligarca russo.
Na sequência das conversações com o governo do Reino Unido, o Raine Group, banco de investimento norte-americano sediado em Nova Iorque que tem feito a intermediação da venda do Chelsea, anunciou que receberá propostas até à próxima sexta-feira, devendo todo o processo ficar concluído até final do mês.
O clube londrino, que só pode socorrer-se das suas contas, tem despesas salariais mensais com futebolistas superiores a 30 milhões de euros, pelo que o clube corre o risco de estrangulamento financeiro a breve prazo.