O espaço da antiga Fundição de Oeiras vai dar origem a uma urbanização de cerca de 8,29 hectares, onde serão construídos 17 lotes, num total de 600 fogos, que terão entre um e 17 pisos. O investimento estimado é de cerca de 250 milhões de euros e estima-se que a fase de construção tenha uma duração de cerca de cinco anos, de acordo com o Estudo de Impacte Ambiental, que se encontra em consulta pública até 26 de setembro.."O objetivo do loteamento é requalificar uma área urbana atualmente degradada e sem vocação. O loteamento foi desenvolvido com o intuito de se enquadrar no eixo de desenvolvimento Tagus Park/Oeiras/Praia da Torre e localiza-se na região de Lisboa abrangendo o terreno da antiga Fábrica de Metalurgia e Construção Metalomecânica", pode ler-se na apresentação da consulta pública do projeto, que refere ainda que "a área de estudo não interseta qualquer área sensível, sendo que se localiza a cerca de 11 quilómetros, a oeste, do Parque Natural de Sintra/Cascais e o Sítio de Importância Comunitária Sintra/Cascais". A área do projeto é delimitada a poente e a sul com a rua Raul Lino, a nascente com a rua Fundição de Oeiras e com as oficinas da CP e a norte com a Linha de Cascais. O centro de Oeiras fica a cerca de 680 metros, em linha reta, a nordeste da futura urbanização e a Praia da Torre, a mais próxima, a cerca de 1,2 quilómetros a sul, medidos em linha reta..De acordo com os documentos a que o DN teve acesso, "a solução urbanística para a área pressupõe a demolição de quase todo o edificado, com exceção do antigo edifício sede da Fundição. Estão previstos 17 lotes, de volumetria compreendida entre um e 17 pisos" e que estarão distribuídos em torno de uma praça central e de uma praça secundária. Segundo as contas da empresa Efeito Previsto, Lda (a proprietária do terreno), "o investimento estimado para o projeto é de cerca de 250 milhões de euros. Relativamente à programação temporal, estima-se que a fase de construção tenha uma duração de cerca de cinco anos (a desenvolver de forma faseada)"..A maior fatia do investimento, cerca de 117 milhões de euros, destina-se à construção de habitação, sendo que os cerca de cinco anos da empreitada serão distribuídos da seguinte forma: um ano para os trabalhos de remoção de solos contaminados, dois anos para a construção de infraestruturas e dois anos para a construção do edificado..O projeto terá áreas de habitação, comerciais e destinadas a residências para estudantes, uma unidade hoteleira, um centro de indústrias criativas (a localizar no antigo edifício sede da Fundição de Oeiras e que será cedido à câmara municipal), equipamentos coletivos (lotes 14 e 15) e um silo de estacionamento subterrâneo. As oficinas da CP, a cargo da EMEF, existentes na zona serão relocalizadas para o extremo poente norte, ao longo da via férrea, numa extensão de cerca de 187 metros.."Estima-se que os 600 fogos venham a albergar 2976 habitantes; o hotel terá 150 camas turísticas e a residência está dimensionada para o alojamento de 135 estudantes", refere o Estudo de Impacte Ambiental (EIA), onde é ainda descrito que, além dos 355 lugares de estacionamento no silo automóvel subterrâneo, "o projeto considera a criação de 303 lugares de estacionamento público exterior". Em termos de tipologia dos fogos de habitação, estão previstos 52 T1, 241 T2, 241 T3 e 66 T4..A praça principal terá em seu redor, a poente, a residência de estudantes, seguida da área de habitação sobre comércio. Prosseguindo em direção a nascente está a primeira torre de habitação e comércio que remata a praça. Quase em espelho está a segunda torre, destinada a serviços e ao hotel (de 4 ou 5 estrelas) com uma capacidade para 75 quartos. Esta praça, com uma extensão de 200 por 60 metros, "será o grande espaço de encontro, zonas verdes, áreas pavimentadas, amplos espaços de esplanada, áreas para eventos, galeria comercial com pé-direito duplo, percursos pedonais e de mobilidade suave, áreas de sombra, estadia e lazer"..Já a praça secundária terá características mais urbanas, estando prevista para uma torre de escritórios sobre uma ampla área de comércio e serviços..A construção desta urbanização nos terrenos da antiga Fundição de Oeiras vai obrigar também a alterações de trânsito na rodovia em torno da área do projeto, como a introdução de rotundas em várias artérias, nomeadamente nas intersecções entre a rua Fundição de Oeiras e a avenida Infante D. Henrique, rua Raul Lino, rua Henrique de Paiva Couceiro e Largo Almirante Gago Coutinho, entre outras. O projeto inclui também a implantação de uma passagem superior à linha férrea, de uso apenas pedonal e de bicicletas e veículos equiparáveis, promovendo os modos de deslocação ativos - a estação ferroviária de Oeiras fica junto ao limite nordeste do projeto..O Estudo de Impacte Ambiental faz também uma estimativa dos consumos de água e produção de resíduos que serão feitos por esta urbanização. "Relativamente ao consumo de água, prevê-se um consumo de cerca de 732 024 L/dia, tendo em conta uma capitação média de 224 L/habitante/dia e uma população a servir de 3261 habitantes equivalentes, associados aos 600 fogos habitacionais, à residência de estudantes e à unidade hoteleira. No que diz respeito à rega, estima-se um consumo médio anual de 27 088 L/dia de água". Prevê-se ainda uma produção de 1402 toneladas de resíduos urbanos por ano..ana.meireles@dn.pt