Fundamentalistas rejeitam governo apolítico na Tunísia

O chefe do grupo parlamentar do partido islamita tunisino Ennahda anunciou hoje rejeitar a formação de um governo de tecnocratas apolíticos, proposta na véspera pelo primeiro-ministro tunisino, após o homicídio de um opositor.
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"Recusámos esta proposta (...) o chefe do governo tomou esta decisão sem consultar a coligação (governamental), nem o movimento Ennahda", anunciou na televisão tunisina o partido no poder.

Qualquer governo deve ser aprovado pelo parlamento, onde o Ennahda, de tendência fundamentalista, controla 89 dos 217 lugares.

Um dos líderes da oposição de esquerda na Tunísia, Chokri Belaid foi morto a tiro na quarta-feira, em Tunes.

O irmão, Abdelmajid Belaid, e a viúva acusaram o Ennahda de ser responsável pela morte.

O homicídio desencadeou vários confrontos, na capital e em outras cidades tunisinas, que causaram um morto entre as fileiras da polícia.

A Tunísia assiste a um aumento da violência, alimentada pelo descontentamento político e social, dois anos depois da chamada "primavera árabe", que levou à deposição do antigo ditador Zine El Abidine Ben Ali.

Vários partidos da oposição e sindicatos acusaram as milícias pro-islamitas de orquestrar confrontos ou ataques contra opositores ou sedes partidárias ou sindicais.

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