Fundador do Podemos defende referendo na Catalunha igual ao da Escócia
"Os catalães têm o direto de decidir o seu tipo de relação com o resto de Espanha, como fizeram, por exemplo, os escoceses", afirmou Errejón, que deu uma entrevista digital feita através do jornal diário espanhol. Porém, sublinhou, que a vontade do seu partido é a de "reconstruir um projeto de país com todos" incluídos.
Errejón, de 31 anos, respondeu aos leitores do 'El País, que enviaram mais de cinco milhares de perguntas e viram respondidas, em profundidade, 20. "Para nós, a Espanha é um país plurinacional, no qual o fator de união deve ser o livro acordo". Doutorado em Ciência Política pela Universidade Complutense de Madrid, diretor de campanha do Podemos para as últimas eleições para o Parlamento Europeu, Errejón é um dos ideólgos que criaram o Podemos há menos de um ano.
Criado na continuidade do movimento dos indignados, mas sem assumir forçosamente - e oficialmente - uma relação com o 15-M, o Podemos surgiu em primeiro lugar nas intenções de voto em duas sondagens na semana passada. Liderados por Pablo Iglesias, eurodeputado e professor de Ciência Política, os militantes do Podemos criticam o status quo, os partidos políticos atuais, a gestão que foi feita da crise económica e a corrupção.
Acusados por alguns media de se inspirarem no modelo da revolução bolivariana desencadeada pelo ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, os militantes do Podemos tentam distanciar-se dessa associação. "Não é um modelo para Espanha", garantiu Errejón, na conversa digital com leitores do 'El País'.
Sobre a União Europeia e a moeda única o porta-voz do Podemos sublinhou: "Nunca falámos em sair do euro, mas da recuperação de soberania económica e da discussão sobre um Banco Central Europeu que, ao contrário da reserva federal norte-americana, não fixa entre os seus objetivos o crescimento económico e a criação de emprego".