Fundação de Serralves mostra duas exposições este ano em Espanha

Obras de Helena Almeida e Julie Mehretu vão ser apresentadas em Espanha.
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A Fundação de Serralves, com um legado de arte contemporânea de 4.300 obras, organizará este ano duas exposições em Espanha, uma em Valência e outra em Santander.

A presidente da Fundação, Ana Pinho, explicou, numa entrevista à agência Efe, que foi desenhado um plano de internacionalização dos seis fundos de museu, pelo que este ano levarão as suas coleções a diferentes países da Europa, entre os quais Espanha, e da América.

A primeira mostra de Serralves a realizar em território espanhol intitular-se-á "Corpus", da portuguesa Helena Almeida, e foi exibida no ano passado em Bruxelas e Paris, depois de ter estado no Porto, em 2015, sob o título "A minha obra é o meu corpo, o meu corpo é a minha obra".

A mostra de Helena Almeida, nascida em 1934, estará patente no Instituto Valenciano de Arte Moderna (IVAM), de 16 de fevereiro até 18 de junho.

Na entrevista Ana Pinho afirma que Helena Almeida é "uma das grandes artistas contemporâneas de Portugal". Desde há 40 anos, que esta lisboeta, licenciada em Belas Artes, sobressai pelas 'performances' e pela arte conceptual.

Na apresentação da exposição à imprensa, quando esteve em Serralves, em outubro de 2015, a diretora do museu, Suzanne Cotter, disse que se tratava de uma mostra "extremamente importante" para Serralves, e que, apesar de não ser uma retrospetiva, apresentava uma "visão geral do trabalho [de Helena Almeida], transmitindo realmente o quão fresco e radical é".

A exposição "Corpus" percorre as diferentes áreas da obra de Helena Almeida, da fotografia à pintura, ao desenho e ao vídeo.

Inclui trabalhos criados em 1966 e expostos na Galeria Buchholz, em Lisboa, nos anos seguintes, peças criadas na corrente década e acompanha a evolução da artista portuguesa que "habitou" as suas pinturas ao trabalhá-las a partir da fotografia.

Entre as obras selecionadas estão peças como "Ouve-me", de 1979, que, como o diretor-adjunto do Museu de Serralves, João Ribas, afirmou, quando da apresentação da mostra, talvez seja "mais relevante hoje" do que no ano da Revolução Iraniana, quando foi criada.

A segunda exposição de Serralves em Espanha, sobre a etíope Julie Mehretu, será exibida no Centro de Arte da Fundação Botín, em Santander.

Para Ana Pinho, na capital cantábrica poderá visitar-se uma retrospetiva desta artista, fixada em Nova Iorque, que se destaca na pintura abstrata.

"É uma das pintoras de arte contemporânea mais importantes", assegurou a presidente de Serralves sobre Julie Mehretu, nascida em Adis Abeba em 1970.

Organizada conjuntamente por Serralves e pela Fundação Botín, a retrospetiva será comissariada pela diretora do Museu de Serralves, Suzanne Cotter, e pelo diretor da Tate Modern de Londres, Vicente Todolí, e estará aberta ao público de setembro a dezembro deste ano, em Espanha, depois de apresentada no Porto, para onde está anunciada de 19 de maio e 03 de setembro.

A exposição de Julie Mehretu apresenta 20 anos de pinturas e desenhos da artista.

Além das exposições em território espanhol, a Fundação de Serralves acolherá este ano uma mostra sobre o Alhambra de Granada, do arquiteto português Álvaro Siza Vieira.

A mostra exibirá o projeto arquitetónico vencedor do novo Centro de Receção do Alhambra, ainda por construir, desenhando por Siza Vieira e pelo espanhol Juan Domingo Santos.

A presidente de Serralves sublinhou ainda o êxito da coleção de 78 obras de Joan Miró, inaugurada em setembro de 2016, que atingiu os 95.000 visitantes, tendo sido prolongada até junho.

As peças de Miró, propriedade do Estado português, vão ficar depositadas na Fundação, expostas com um figurino a definir pelo arquiteto Siza Vieira, vai destacar alguns destes quadros, disse Ana Pinho.

Em junho deste ano, o Porto acolherá também as obras de arte da 32.ª Bienal de S. Paulo, a segunda mais antiga do mundo depois da de Veneza.

Na apresentação da programação deste ano à imprensa portuguesa, na passada terça-feira, Suzanne Cotter revelou que, em maio, Serralves vai montar, em colaboração com a Câmara de Lisboa, uma nova exposição da sua coleção no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, que "salientará a perspetiva internacional da coleção sobre a arte portuguesa".

Além de Lisboa, mais 28 cidades, de norte a sul do país, vão receber exposições itinerantes da coleção, disse Suzanne Cotter.

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