O Presidente francês, Emmanuel Macron, garantiu a maioria dos lugares no Parlamento mas perdeu a maioria absoluta, indicam as primeiras projeções que também indicam uma forte subida de extrema-direita..A abstenção rondou os 54%, mais elevada face à primeira volta da passada semana..Depois de, na primeira volta das eleições presidenciais francesas, a coligação de esquerda Nova União Popular Ecológica e Social (NUPES) e a coligação presidencial Juntos! (Ensemble!, em francês) terem ficado separadas por cerca de 20 mil votos, Macron vinha repetindo os apelos a um "sobressalto republicano" nesta segunda volta. Pelo contrário, o líder do NUPES, Jean-Luc Mélenchon, tinha pedido que estas eleições fossem uma "terceira volta" das eleições presidenciais..Segundo as projeções, a coligação "Ensemble" (Juntos) de Macron estava a caminho de 200-260 assentos parlamentares, aquém dos 289 necessários para uma maioria na Assembleia Nacional..A aliança de esquerda NUPES deverá ganhar entre 149 e 200 deputados, enquanto o Rally Nacional de extrema-direita de Marine Le Pen obteve grandes ganhos e está a caminho de 60 a 102 lugares.."Esta situação constitui um risco para o nosso país, tendo em conta os desafios que temos de enfrentar tanto a nível nacional, como a nível internacional. Mas temos de respeitar esta votação e tirar as devidas consequências", declarou Elisabeth Borne no palácio de Matignon, a residência oficial do primeiro-ministro, em reação aos resultados da segunda volta das eleições legislativas..A primeira-ministra defendeu que a coligação presidencial Ensemble! (Juntos!, em português) é a "força central" da nova Assembleia da República, devendo, por isso, "assumir uma responsabilidade particular" na nova configuração legislativa.."A partir de amanhã, construiremos uma maioria de ação: não há nenhuma alternativa a essa união para garantirmos a estabilidade para o nosso país e levarmos a cabo as reformas necessárias", defendeu..O líder da coligação de esquerda em França, Jean-Luc Mélenchon, disse que a sua força ainda pode chegar ao Governo, declarando a derrota do Presidente nas legislativas e de todos os que "tinham lições para dar" à esquerda.."Quanto maior é a convulsão, maiores são as oportunidades. A França é uma nação política, mesmo quando ela fala através da abstenção. Não minimizemos o nosso povo. Amanhã talvez acordem com uma maioria da NUPES na Assembleia Nacional e se não for o caso, vão ver a nossa força incrível", declarou Jean-Luc Mélenchon, perante centenas de pessoas..O líder da esquerda francesa falava após serem conhecidos os primeiros resultados da segunda volta das eleições legislativas, indicando que a estratégia da coligação de esquerda Nova União Popular Ecologista e Social (NUPES) funcionou, retirando a maioria absoluta ao Presidente, Emmanuel Macron.."Mesmo se o resultado ainda não está completamente decidido, o que temos é uma situação totalmente inesperada, a derrota do Presidente é total e nós atingimos o nosso objetivo que era de num mês fazer cair aquele que tinha tanta arrogância", indicou..A questão que paira no ar agora é matemática e é saber se a esquerda terá mais votos do que as forças do Presidente, com Mélenchon a indicar que ainda pode chegar a primeiro-ministro.."Tdas as possibilidades estão nas vossas mãos. Eu posso mudar o meu posto de combate, mas o meu compromisso continuará até ao meu último fôlego na primeira fila", sublinhou..Quanto a possíveis entendimentos entre esquerda e as forças do Presidente, Mélenchon diz que isso nunca será possível. "Não há qualquer diferença a ser ultrapassada entre nós e a maioria. Nós não somos do mesmo mundo, não temos os objetivos nem temos os mesmos valores", concluiu..A líder do partido União Nacional, Marine Le Pen, prometeu uma oposição "firme" e "sem conluio", mas "responsável e respeitosa" das instituições, após os resultados provisórios das legislativas apontarem para um reforço substancial de deputados."."É de longe o [resultado] mais numeroso da história da nossa família política", sustentou Le Pen, em Hénin-Beaumont (Pas-de-Calais), na primeira reação aos resultados da segunda volta das eleições legislativas francesas..Referindo-se ao reforço acentuado do número de deputados do Rassemblement National (União Nacional, RN) que poderá chegar aos 100 - face aos atuais oito assentos na Assembleia nacional -, a líder da extrema-direita francesa prometeu que o partido vai fazer uma oposição "firme" e "sem conluio"..No entanto, a União Nacional vai fazê-lo de forma "responsável e respeitosa" das instituições francesas, comentou..O partido liderado por Marine Le Pen é o "herdeiro" da Frente Nacional, liderado pelo seu pai, Jean-Maria Le Pen, partido que em 1986 conquistou 35 deputados, quando os assentos se repartiam por representação proporcional..A União Nacional ultrapassa hoje largamente essa cifra, uma vez que as primeiras projeções apontam para um máximo de 100 deputados..Também o presidente interino do Rassemblement National (União Nacional, RN), se felicitou pelo 'tsunami' realizado pela sua formação nas legislativas francesas.."É uma vaga de azul-marinho por todo o país. A lição desta tarde é que o povo francês faz de Emmanuel Macron um Presidente minoritário", declarou Jordan Bardella à estação televisiva TF1, na sequência das primeiras projeções que fornecem en.O presidente da Assembleia nacional francesa, Richard Ferrand, pilar do partido do Presidente Emmanuel Macron, reconheceu a sua derrota nas eleições legislativas faca à candidata da aliança de esquerda NUPES.."Acabo de conhecer os resultados que indicam que os eleitores e eleitoras da 6.ª circunscrição da Finisterra [oeste] optaram por eleger a minha concorrente", disse o presidente do Parlamento aos 'media' numa curta declaração..O chefe parlamentar dos deputados do grupo presidencial, Christophe Castaner, também estava em situação difícil..Este poderá também ser o caso de diversos outros ministros, incluindo Clément Beaune (Europa) ou Amélie de Montchalin (Transição ecológica), envolvidos em duelos cerrados face à esquerda na região parisiense..Pelo contrário, a primeira-ministra Elisabeth Borne venceu o seu duelo na Normandia..O Presidente francês, Emmanuel Macron, perdeu a maioria absoluta no parlamento, indicam as primeiras projeções que também indicam uma forte subida da extrema-direita..Caso se confirmem estes resultados, significam um importante revés para o Presidente francês, que será forçado a procurar alianças para aplicar o seu programa de reformas nos próximos cinco anos..O ministro das Contas Públicas francês, Gabriel Attal, falou hoje de um resultado "longe do esperado" para a coligação do Presidente, Emmanuel Macron, que perdeu a maioria absoluta na segunda volta das eleições legislativas francesas.."Se estes resultados forem confirmados, está longe de ser o que esperávamos. Obviamente, os franceses não deram uma maioria absoluta, sem que a tenham dado a um outro grupo político", disse Attal no canal TF1..Na opinião do governante, o campo presidencial teria de "ultrapassar [as suas] certezas, [as suas] divisões"..em atualização