França, Espanha, Itália, Suécia. Nova variante da covid espalha-se pela Europa

Países europeus já começaram a detetar a estirpe do novo coronavírus identificada no Reino Unido. Em praticamente todos os casos trata-se de cidadãos que viajaram do território britânico.
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A nova variante do SARS-CoV-2 identificada no Reino Unido há poucas semanas já foi detetada em França, Espanha, na Alemanha, na Itália, Dinamarca e Suécia. E já passou as fronteiras da Europa, com casos no continente asiático, em África e na Austrália.

No caso espanhol foram anunciados este sábado quatro casos confirmados de contágio pela nova variante do vírus, que ao que tudo aponta é mais contagiosa. Mas não há evidência de que seja mais perigosa que a estipe dominante.

Os quatro casos foram detetados em Madrid: de acordo com o jornal espanhol El País trata-se de um jovem que chegou quinta-feira do Reino Unido, e dos seus pais e irmã. Há ainda três outros casos, sem relação com este, sob suspeita, mas para os quais não há ainda confirmação.

A informação foi avançada pelo vice-conselheiro de Saúde Pública da Comunidade de Madrid, Antonio Zapatero. "Os pacientes não apresentam gravidade, sabemos que esta variante é mais transmissível, mas não agrava a doença", afirmou Zapatero, sublinhando que a notícia não deve ser recebida com alarmismo e que as pessoas devem manter os mesmos cuidados, nomeadamente a distância física, para evitarem o risco de contágio.

Na noite de ontem, a França já tinha reportado um caso de infecção pela nova variante, um cidadão francês proveniente do Reino Unido, que está agora isolado em casa, assintomático. Também a Alemanha identificou um caso, uma mulher recém chegada da Grâ-Bretanha.

A Suécia anunciou igualmente este sábado (26 de dezembro) que foi detetada a primeira infeção pela nova variante do coronavírus. A agência de notícias EFE refere que o paciente foi isolado assim que entrou na Suécia, proveniente do Reino Unido.

As autoridades suecas tinham decidido, na segunda-feira, encerrar temporariamente as fronteiras tanto com o Reino Unido, como com a Dinamarca - um dos primeiros países onde foi detetado o contágio com aquela variante. A nova estirpe levou vários países europeus a suspenderem voos e transportes marítimos com origem em território britânico - foi o caso também do Governo português, que limitou a entrada no país de passageiros de voos provenientes do Reino Unido a cidadãos nacionais ou legalmente residentes em Portugal.

Na Itália, a nova variante também já foi detetada em testes realizados nas regiões de Véneto, Campânia, Marcas e Apúlia. De acordo com as autoridades, nos últimos dias foram identificados três casos em Véneto (no nordeste do país).

De acordo com a diretora-geral do Instituto Zooprofilático de Veneza, Antonia Ricci, foram analisadas amostras de outros cinco pacientes que estiveram na Grã-Bretanha e, em dois casos, foi identificada a chamada variante inglesa ambém nas províncias de Vicenza e de Treviso (Véneto).

O Instituto Telethon de Genética e Medicina de Pozzuoli, na região sul da Campânia, também detetou seis casos da variante inglesa em testes realizados recentemente no aeroporto de Capodichino (Nápoles), em pessoas provenientes de Londres. Citado pelo jornal La Repubblica Vincenzo De Luca, presidente da região de Campânia, prometeu um "cuidadoso trabalho de controle e filtragem no que diz respeito às chegadas" provenientes do território britânico.

Segundo revelou a Organização Mundial de Saúde a 20 de dezembro, já tinham então sido detetados nove casos de infeção pela nova estirpe na Dinamarca e um na Holanda. Mas a variante já passou as fronteiras da Europa: foi detetado um caso na Austrália e cinco no Japão, todos com origem em pessoas que viajaram do Reino Unido. África do Sul e Líbano também já reportaram casos.

Vários especialistas já vieram afirmar que há uma grande probabilidade de esta nova variante já estar disseminada em território europeu.

Com Lusa

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