Fora há outro Real Madrid. O que sofre, mas goleia
Mais um dia no escritório para o Real Madrid. Começou com o jornal Marca a avançar que Sérgio Ramos e Marcelo se desentenderam no balneário após o treino da véspera e seguiu para um jogo em que o espetro do tricampeão europeu foi duramente castigado pelo Valladolid na primeira parte. E sobreviveu. E na segunda. E goleou.
Em 20 minutos, o Valladolid marcou dois golos e falhou um penálti. Bem, de facto, Sergi Guardiola meteu a bola duas vezes nas redes de Courtois, mas o VAR detetou fora-de-jogo em ambos. Já Alcaraz falhou mesmo um penálti, com o remate a levar a bola a passear pela atmosfera.
Não foi à primeira, não foi à segunda e não foi à terceira. Mas foi à quarta. Cruzamento ao segundo poste, Sergi Guardiola cabeceia para o primeiro e Anuar só teve de encostar para o primeiro golo validado da noite. Aos 30', era este o cenário para o Real Madrid.
Mas tocar bombo também é uma arte. Quatro minutos volvidos, e uma bola despejada na área do Valladolid dá início a uma série de episódios trapalhões. A bola sobrou para Varane e o central empatou.
A segunda parte parecia dirigir-se na mesma direção, com o Valladolid aparentemente mais comprometido com o jogo e com a busca da vitória. Mas Benzema decidiu reaparecer. Ao contrário do adversário, não enjeitou um penálti e fez o 1-2 aos 51'. Oito minutos depois, o francês fez o 1-3 de cabeça.
Benzema já tinha marcado na última vitória antes deste jogo (1-2 em Levante), realizado após três derrotas arrasadoras em casa, que terminaram com as hipóteses de troféus para uma equipa que venceu quatro das últimas cinco Ligas dos Campeões, três delas consecutivas em 2016, 2017 e 2018. Duas foram com o Barcelona (0-3, Taça do Rei; 0-1, Liga) e a outra foi a mundialmente célebre goleada ante o Ajax (1-4), que despediu de forma brutal os tricampeões europeus.
Depois, mais um ataque de pânico. Casemiro, que já tinha visto um cartão amarelo, obstruiu a marcação de um livre, para perder tempo - já antes, aos 64', Courtois tinha sido admoestado por demorar a repor uma bola em jogo. Segundo amarelo e vermelho para o ex-médio do FC Porto (80'). Entretanto, Modric marcou de pontapé de bicicleta aos 85'. Sofrer e golear é uma combinação só ao alcance dos muito grandes (e que têm craques que até distraídos fazem maravilhas).
Com o Valladolid a carregar (não era dia para Sergi Guardiola - aos 78' acertou no poste), estava finalizado o retrato de uma equipa sem futebol, sem confiança e que nos últimos cinco jogos só ganhou fora, em Levante e, agora, Valladolid. De permeio, as supracitadas três derrotas dolorosas no Santiago Bernabéu.
Nada como voltar a ganhar, e de goleada, para serenar os ânimos. No final do encontro, os capitães abraçaram-se. Marcelo (entrou aos 89') e Ramos (estava castigado, ficou na bancada) deram um sinal ao balneário. Uma trégua madridista antes de tempos difíceis.
A imprensa tem insistido que esta segunda-feira Santiago Solari será despedido e que deverá haver novidades quanto ao futuro líder desta manta de retalhos. Zidane terá dito não ao regresso, Mourinho parece ainda não ter rejeitado voltar ao Bernabéu.
Em Sevilha, André Silva entrou aos 70', um minuto depois de Ben Yedder e companhia terem arrumado com a Real Sociedad, que foi goleada (5-2). Os andaluzes fizeram 1-0 por Sarabia (25'), mas os bascos responderam por Oyarzábal logo a seguir (28').
Na segunda parte, houve um show de Ben Yedder em apenas 13 minutos: 2-1 aos 48', 3-1 aos 58 e 4-1 aos 61'. Consumado o hat trick, e a destruição da Real Sociedad, Oyarzábal caminhou para uma espécie de hat trick, fazendo auto-golo aos 69' e o 5-1 para os sevilhanos. Depois, já com o ponta-de-lança em campo, Oyarzábal bisou de facto, convertendo um penálti (77').
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