Como funciona o Conselho Filatélico?.O Conselho Filatélico reúne-se duas vezes por ano. É diversificado na sua formação para garantir uma boa complementaridade. Tem pessoas como o professor Carlos Fiolhais, o professor Nuno Crato ou o professor Henrique Leitão, entre outros. É um grupo que funciona muito bem. O papel fundamental do Conselho Filatélico é avaliar as emissões em relação quer a efemérides quer a iniciativas importantes a que Portugal esteja associado, e nessa ponderação cada um dos especialistas vai dar a sua sensibilidade. A produção filatélica em Portugal é muito rica, especialmente se compararmos com os melhores do mundo em relação quer à qualidade quer à diversidade. Hoje, o selo tem um valor em si, patrimonial, porque há muitos colecionadores que adquirem selos e as publicações associadas. O conselho avalia também as publicações dos CTT..O que nasce primeiro, o selo ou o livro?.São as emissões, mas muitas vezes os livros quando são publicados reúnem várias emissões..O Conselho Filatélico tem alguma preocupação com as futuras gerações?.Sim. Todos os anos há uma publicação para crianças e jovens que tem uma saqueta com vários selos para incentivar a criança ou o jovem a colecionar. Pode colar e há uma aprendizagem relativamente à colagem e à preservação do selo. De algum modo, aqui estamos a incentivar ao colecionismo..Há quantos anos está no Conselho Filatélico?.Há quatro ou cinco anos..Estamos aqui a falar de memória. Há uma preocupação em assinalar efemérides mas também trazer temas novos? O mundo contemporâneo também passa pelos selos....Sim, sim. Essa ideia é particularmente importante. Numa outra qualidade sou o coordenador nacional do Ano Europeu do Património Cultural e uma das preocupações que tivemos no Conselho Filatélico foi associar a filatelia à noção de património, uma noção dinâmica. Se falarmos à comum das pessoas, património parece uma coisa do passado, mas não é. Não é apenas enterrar os bens que recebemos, eles têm sempre uma atualidade. Os selos têm um papel fundamental porque são elementos patrimoniais muito importantes e permitem não só chegarmos à noção de património mas perceber o que é o património. Voltando à iniciativa para as crianças e os jovens, é um exercício de património que está ali a ser feito..É colecionador?.Sou... o meu pai era colecionador, tinha uma grande coleção, sobretudo de selos nacionais, selos históricos dos anos 1950, 1960 e 1970. Hoje a minha preocupação é partilhar. Por isso ofereci o essencial da minha biblioteca à Biblioteca de Loulé... Os meus selos estão com um dos meus filhos..Ainda envia carta com selos?.Sim, mando cartas e cartões, gosto muito. Mas temos de tomar consciência de que cada vez menos se utiliza, é a realidade..E quando começam a olhar para 2019?.Já está! 2018 já é passado. Já estamos a pensar em 2020 e nos anos seguintes.