Festival Todos: vamos almoçar em casa da Edna e jantar com a dona Gilda
A Edna abre-nos as portas de sua casa, na Graça, e dá-nos a provar ao almoço alguns pratos da sua terra, Angola. No sábado, calulu de bacalhau com funge e feijão de óleo de palma, e no domingo entrecosto com amendoim, funge e óleo de palma. Já a dona Gilda, propõe-nos para o jantar um menu brasileiro, vindo de Minas Gerais: no sábado, depois da entrada de pão de queijo e kibe, há frango frito, quiabos, fubá, feijão, arroz e salada; no domingo, pão de queijo e kibe antecedem a carne cozida acompanhada de tutu de feijão e salada. As refeições custam 10 euros e é preciso reservar, até porque esta é uma oportunidade única - a Edna e a dona Gilda só vão cozinhar para nós por causa do Festival Todos.
"Avizinhar o mundo" é o mote para a 11ª edição do Festival Todos que este ano continua pelos espaços da Graça e São Vicente, a tentar conhecer melhor e a estabelecer ligações com as pessoas que por ali se movimentam. Parece que o mundo inteiro cabe neste bairro, como se pode ver nesta programação onde se misturam línguas, raças, culturas, sotaques, ritmos e paladares muito diferentes. Teatro, música, novo circo, dança, visitas guiadas, gastronomia (há muito mais para experimentar, para além das cozinhas da Edna e da dona Gilda), exposições, encontros, oficinas - a festa acontece de quinta a domingo e muitos dos eventos têm entrada livre.
As várias atividades decorrem em locais como a Voz do Operário, o Panteão Nacional, Jardim da Cerca da Graça, Liceu Gil Vicente, Largo da Graça, o bar Damas, o Campo de Santa Clara ou o Largo da Graça.
A programação completa está no site oficial do Festival Todos. Deixamos aqui cinco destaques:
Sete homens, duas mulheres e 100 maçãs. Este é o ponto de partida para Smashed, a performance dos britânicos Gandini Juggling que mistura o malabarismo com a música, a dança e o teatro. Um espetáculo de novo circo assumidamente inspirado no universo de Pina Baush e que se apresenta no sábado às 16.30 e às 19.00 no Miradouro Sophia de Mello Breyner Andresen, na Graça. Entrada livre.
Como habitualmente, um dos grandes momentos do festival será o concerto da Orquestra Todos, que junta elementos de 11 países diferentes, esta quinta-feira, às 21.30, na Igreja da Graça. Entrada livre.
Inspirado no conto infantil Os Barrigas e os Magriços, de Álvaro Cunhal, a criação de Bruno Cochat propõe "uma leitura abstracta das emoções concretas sobre as diferenças, que levam ao preconceito e ao conflito". A música original é de Filipe Raposo, que a interpreta ao piano. E os intérpretes são jovens do bairro. O espetáculo de dança apresenta-se esta quinta-feira, às 18.00, na Voz do Operário. A entrada é livre.
A história de Joãozinho da Costa, um rapaz que cresceu em Bissau em plena guerra civil e tinha 11 anos quando deixou o seu país e veio para Portugal com os irmãos, vai ser contada em A Rapariga de Mandjako, um espetáculo criado por Rui Catalão com um jovem do Vale da Amoreira. Será apresentado quinta-feira (20.00), sexta (21.00) e sábado (20.00) na Escola Básica de Santa Clara. Entrada livre.
A rapper portuguesa Capicua junta-se à luso-angolana Eva RapDiva e luso-cabo-verdiana Sara Tavares para um concerto no feminino. Será no sábado, às 22.00, na Voz do Operário e os bilhetes custam 5 euros.