Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República portuguesa, manifestou hoje à sua homóloga moçambicana a "maior consternação" pela devastação causada em Moçambique pelo ciclone Idai, transmitindo ainda condolências às autoridades e povo moçambicano, em particular, às famílias enlutadas.."Queira aceitar (...) em meu nome e em nome da Assembleia da República (AR) de Portugal a expressão da mais profunda solidariedade", diz a mensagem enviada por Ferro Rodrigues à sua homóloga Verónica Macamo, a propósito da dimensão da tragédia ocorrida e que colheu vidas e arrasou culturas..A passagem do ciclone Idai no centro de Moçambique causou, pelo menos, 48 mortos, em resultado sobretudo do desabamento de casas e outras infraestruturas e afogamentos, de acordo com a informação divulgada no sábado pela televisão estatal, citando fonte do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC)..A cidade da Beira, uma das maiores do país, com meio milhão de habitantes, foi a mais afetada pelo ciclone e no seu hospital central já foram tratados mais de 400 feridos desde a noite de quinta-feira, segundo fonte daquela unidade..De acordo com fontes locais, a capital provincial está parcialmente destruída, continua sem eletricidade da rede pública e as comunicações são limitadas, acontecendo o mesmo noutras partes da província, o que está a dificultar as operações de socorro..O levantamento do número de vítimas está por concluir, dado que há locais de difícil acesso devido à subida do nível dos rios..A tempestade de quinta e sexta-feira foi a segunda grande intempérie da época ciclónica que ameaça o país no princípio de cada ano, sendo que pelo menos 15 pessoas já tinham morrido entre 06 e 13 de março..As Nações Unidas estimam que haja agora 600.000 pessoas afetadas no centro e norte de Moçambique, seja por terem ficado sem casa, alimentos e outros bens, ou por perderem o acesso a campos para cultivar e a serviços básicos..Mais de um terço da população afetada são crianças, calcula o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF)..Os maiores problemas para a assistência humanitária de diversas entidades que estão no terreno incluem a dificuldade no restabelecimento das comunicações e o acesso às áreas afetadas.