Fernando Tordo explica ganhos com contratos com Estado
A notícia foi avançada hoje pelo jornal i, que faz uma chamada na capa que diz que a empresa de Tordo ganhou mais de 200 mil euros do Estado (sobretudo Câmaras Municipais) desde 2008. "Sendo esta informação verdadeira, peca gravemente pelo seu sensacionalismo", diz o artigo de Direito de Resposta que o músico enviou para o jornal e que reproduziu na sua página no Facebook.
Tordo explica que na digressão que realizou em 2008, 2009 e 2010 com a Stardust Orchestra "deu emprego a 26 músicos, uma equipa de produção e montagem de espetáculos, não tendo obviamente lucrado a título individual 200 mil euros".
O músico acrescenta que os espetáculos tinham um custo médio de 20 mil euros cada e que recebia cerca de 10% desse valor por cada um deles. "Fazendo as contas", diz, lucrou com os contratos por ajuste direto "cerca de 20 mil euros em três anos".
Fernando Tordo, que convida todos a consultar o site Base Contratos Públicos online (onde constam os contratos efetuados com o Estado por ajuste direto), realça que "não aceitaria que os 26 artistas que o acompanhavam em palco pudessem auferir salários de miséria porque batalhou uma vida toda para que a Cultura não fosse paga parcamente".
A compositor diz ainda que "não tendo nem trabalho nem remuneração fixos", faz descontos para a Segurança Social, às vezes "sobre rendimentos mensais que muitas vezes nem tem". "É assim que o Estado destrata os profissões liberais", comenta, acrescentando que também paga IRS, IRC sobre os lucros da empresa e IVA sobre os bilhetes dos espetáculos, "tendo assim uma carga de impostos elevadíssima".
A rematar, Fernando Tordo refere que não passa dificuldades económicas e que a decisão de emigrar é, sobretudo, uma "questão de sobrevivência intelectual", pois "não quer nem pode viver num meio em que a produção criativa estagnou".