Fernando Gomes, o ex-basquetebolista que foi reeleito presidente da FPF
No dia em que se celebram quatro anos da maior conquista do futebol português - o Euro 2016 -, Fernando Gomes foi reeleito presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) até 2024. O líder federativo vai assim dar início a um terceiro e último mandato, depois de ter da sua lista (a única a concorrer) ter obtido 90,2% dos votos, correspondentes a 74 votos dos 82 delegados que foram às urnas, registando-se ainda três votos em branco e cinco nulos.
Fernando Gomes foi eleito pela primeira vez em 2011. Passados quase dez anos construiu a Cidade do Futebol e liderou a estrutura nas mais importantes conquistas do futebol português, o Euro 2016 e a Liga das Nações em 2018. Isto além do título europeu de futsal, de dois títulos mundiais de futebol de praia, do apuramento histórico da seleção feminina para o Europeu, de um título europeu de sub-17 (2016) e outro de sub-19 (2018). Agora, o 31.º presidente da FPF, que sucedeu a Gilberto Madaíl, prepara-se para receber a segunda final da Liga dos Campeões em Lisboa desde que é presidente.
Para o novo mandato, mantêm-se na direção Humberto Coelho, João Vieira Pinto, Pedro Pauleta, José Couceiro, Pedro Dias, Mónica Jorge e Rui Manhoso. O antigo avançado Hélder Postiga e José Alberto da Costa Ferreira, atual presidente da associação de Viseu, são as caras novas do executivo federativo. Júlio Vieira, atual diretor cooptado e antigo presidente da associação de Leiria, Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), e o treinador Jesualdo Ferreira são os suplentes.
De saída estão Carlos Coutada, Elísio Carneiro, que transita para o Conselho Fiscal, Júlio Vieira e Hermínio Loureiro, que tinha suspendido o mandato de vice-presidente em janeiro, na sequência da acusação do Ministério Público na operação Ajuste Secreto.
Cláudia Santos - escolha polémica que chegou à Assembleia da República, mas a comissão de transparência acabou por dar o avale - sucede a a José Manuel Meirim na liderança do Conselho de Disciplina e Luis Verde de Sousa vai liderar o Conselho de Justiça. José Fontelas Gomes mantém-se no Conselho de Arbitragem, de Ernesto Ferreira da Silva, no Conselho Fiscal e José Luís Arnaut, na Mesa da Assembleia-Geral.
Ambicioso, Fernando Gomes, quer ver Portugal a ganhar um novo título internacional, além de "garantir a estabilidade estrutural" da Federação na era pós covid-19.
Antigo basquetebolista que brilhou no FC Porto nos anos 70 e foi campeão nacional, Fernando Gomes cedo se preparou para o dirigismo. Licenciado em Economia pela Universidade do Porto em 1976, começou com cargos no Grupo Amorim e na SIAG e só dez anos mais tarde chegou a diretor no departamento de basquetebol dos dragões e chegaria a até à vice-presidência do FC Porto, com responsabilidade na área do marketing.
Seguiu-se a SAD portista, como membro da administração com o pelouro financeiro. Viveu por dentro os tempos áureos dos dragões, que em 2003 conquistaram a Taça UEFA e em 2004 a Liga dos Campeões com Mourinho ao leme.
Pelo meio foi presidente da Liga de Basquetebol, mas o futebol ia chamando por ele. O passo seguinte foi entrar na UEFA, como membro do Comité de Gestão do European Club Fórum da UEFA e membro do Comité de Competições da UEFA e da FIFA.
Foi depois líder da Liga onde mostrou vontade de revolucionar a modalidade e de onde deu o salto para a Federação. Apontado como possível sucessor de Platini na UEFA, ele fixou-se na FPF para revolucionar o futebol português. "Ele é o líder discreto, que lidera pelo exemplo e dá o corpo às balas quando é preciso", é assim que ele é visto na Federação, que lidera desde 2011.