FC Porto assume liderança provisória em noite de VAR aberto
Pode dizer-se que foi uma noite de VAR aberto no Estádio do Dragão. A tecnologia de videoárbitro esteve bastante ativa e obrigou João Capela a fazer piscinas para consultar as imagens e tomar decisões cruciais para o desenrolar dos acontecimentos. Ainda o jogo não tinha ultrapassado a dezena de minutos e já o juiz lisboeta tinha revertido uma grande penalidade assinalada a favor do FC Porto e expulsado o defesa madeirense Lucas Áfrico depois de lhe ter exibido inicialmente o cartão amarelo.
Mesmo contra dez desde bem cedo, quando ainda faziam sentir uma entrada pressionante em campo, os dragões sentiram dificuldades em contornar o ferry verde-rubro que Petit atracou à frente do quase intransponível Charles, que tal como há três semanas frente ao Sporting, voltou a estar em plano de evidência.
Completamente instalados no meio-campo ofensivo, os azuis e brancos procuraram circular a bola numa zona mais recuado, para atrair a pressão do Marítimo e libertar espaço no último terreno, mas o melhor que conseguiu durante a primeira parte foi um remate de Marega à malha lateral (24') e outro ao poste de Herrera (45+7'), num lance que seria concluído com um golo anulado a Danilo Pereira.
Na segunda parte, a toada manteve-se, mas desta vez o videoárbitro descortinou um penálti na área dos insulares, a castigar mão na bola de Gamboa, que Alex Telles transformou em golo (57').
Aberto o caminho para o triunfo, os dragões tiraram um peso de cima com o 1-0 e dispuseram de oportunidades para dilatar a vantagem. Com naturalidade, o segundo golo surgiu e com a confirmação do VAR, com Marega aparentemente a ser o último a tocar mas a Liga a atribui-lo a Éder Militão (72'), que cabeceou após canto de Corona.
Com a vitória no bolso, houve ainda tempo para Brahimi, que este sábado foi suplente pelo terceiro jogo consecutivo, inscrever o nome dele na lista de marcadores. Apesar da beleza do lance, um remate fulminante, o extremo argelino fez questão de não comemorar (89').
Feitas as contas, o FC Porto mantém a tradição de bater o Marítimo em casa - é assim desde 2009/10 e nunca perdeu com os insulares -, conquista três pontos na véspera de o Benfica ir a jogo numa deslocação difícil a Moreira de Cónegos e assume a liderança provisória da I Liga.
Preferencialmente no corredor direito, foi procurando utilizar a fantasia para contornar os adversários e arranjar uma nesga de espaço para cruzar para a área. Autêntico abre-latas, tentou abrir a defesa madeirense através de rasgos individuais, tendo acabado por ter participação ativa nos dois últimos golos do FC Porto. No segundo, executou o canto que encontrou a cabeça de Éder Militão. No terceiro, serviu Brahimi para um remate fulminante do argelino.
Jogo no Estádio do Dragão, no Porto.
Árbitro: João Capela (AF Lisboa).
Assistência: 46.430 espetadores.
FC Porto: Casillas, Militão, Felipe, Pepe (Manafá, 46), Alex Telles, Otávio (Brahimi, 70), Danilo, Herrera (Óliver Torres, 78), Corona, Marega e Soares.
Treinador: Sérgio Conceição.
Marítimo: Charles, Nanú, Grolli, Lucas Áfrico, Fábio China, Gamboa, Pelágio (Correa, 65), René (Jean Cléber, 46), Fabrício, Barrera (Rodrigo Pinho, 74) e Getterson.
Treinador: Petit.
Marcadores: 1-0, Alex Telles, 57 (grande penalidade); 2-0, Militão, 72; 3-0, Brahimi, 88.
Disciplina: cartão amarelo para Pepe (45+2), Gamboa (55), Getterson (90). Cartão vermelho direto para Lucas Áfrico (7).