Fantasma da imigração decide voto na Dinamarca
As eleições legislativas hoje na Dinamarca vão determinar não só qual será o próximo governo do país; decidirão o futuro da primeira-ministra cessante, a social-democrata Helle Thorning-Schmidt, e do líder da oposição, o liberal Lars Lokke Rasmussen, tendo ambos dado a entender que deixariam a política se fossem derrotados. O voto de hoje pode ainda produzir um bom resultado para a direita populista do Partido Popular Dinamarquês (DF), tornando esta formação essencial para a constituição de um futuro executivo. As sondagens atribuem-lhe entre 18% e 19% das intenções de voto.
Com este resultado do DF, o "campo azul" - partidos que podem aliar-se a Lokke Rasmussen - pode chegar aos 51% dos votos. O "campo vermelho" - partidos que fariam coligação com Helle, como é habitualmente tratada a dirigente no seu país - terá 49%. Os partidos "azuis" são os Liberais de Lokke Rasmussen, o DF, a Aliança Liberal, o Partido Popular Conservador e os Cristãos-Democratas. Os "vermelhos" são os Sociais-Democratas de Helle, o Partido Social-Liberal, o Partido Socialista, o Partido da Alternativa e os Verdes. As sondagens colocam ambos os blocos dentro de estreitos intervalos de erro, o que torna as eleições de hoje imprevisíveis e dependentes da dimensão do voto em pequenos partidos e do nível de mobilização em torno do DF. O "campo" a eleger a maioria dos 179 lugares do Parlamento é chamado a formar governo. Neste ponto, os eleitores das autonomias especiais da Gronelândia e Ilhas Faroé poderão ter papel especial, votando pelos partidos mais recetivos às suas reivindicações. Aqui, o "campo vermelho" está em vantagem.