Famílias coreanas do Sul e do Norte voltam a reunir-se
Um primeiro grupo de coreanos do Sul e do Norte tinha-se encontrado num clima de intensa emoção entre quinta-feira e sábado na estância de Monte Kumgang, em território norte-coreano.
Entre hoje e terça-feira vão estar reunidas 350 pessoas do Sul com 88 familiares que ficaram do outro lado da fronteira e dos quais não tinham quaisquer notícias desde há décadas.
Ryoo Jung-hee, de 69 anos, pôde assim beijar o seu irmão de 81 anos pela primeira vez desde a guerra. Este, incorporado no exército do Norte aos 17 anos, devido à ausência de notícias, fora considerado morto pela família.
Estas reuniões de famílias são as primeiras desde 2010 e o regime de Pyongyang concordou com a sua realização depois de, num primeiro momento, fazê-las depender da anulação de manobras militares conjuntas da Coreia do Sul e Estados Unidos que começam amanhã.
Algumas pessoas do Sul foram surpreendidas quando os seus familiares dedicaram algum do escasso e precioso tempo que tinham para estar em comum a denunciar a presença de soldados americanos na Coreia do Sul.
As primeiras reuniões deste tipo realizaram-se em 1985, mas foram pouco depois suspensas e assim permaneceram durante 15 anos. Desde então, realizaram-se de forma breve, estando interrompidas desde 2010.
Dos 125 mil sul-coreanos que pediram para participar nestes encontros desde 1988, 57 mil já morreram - 3800 no último ano - e os sobreviventes nem sempre têm forças para suportar a viagem.