"Falávamos inglês de manhã à noite. Até me esquecia do português"

Cursos intensivos no estrangeiro são uma opção para jovens e adultos que querem aperfeiçoar um idioma em pouco tempo
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"O meu inglês era muito mau." Beatriz Vieira, de 21 anos, decidiu fazer um curso de Inglês no verão passado, em Dublin, na Irlanda, para aperfeiçoar o idioma. Viajou com a amiga Daniela Rebelo, de 20 anos, que também "só percebia o básico". Durante duas semanas, as duas estudantes de Biologia ficaram hospedadas na casa de um casal, juntamente com outras quatro pessoas de diferentes países e idades, que também estavam a fazer o curso intensivo de Inglês. "De manhã, dávamos mais teoria e à tarde as aulas eram práticas, com debates e jogos", recorda Daniela. Para a jovem, aquelas duas semanas valeram por todos os anos a aprender a língua na escola. "Falávamos inglês de manhã à noite. Até nos esquecíamos do português. Dávamos por nós a falar inglês até quando estávamos sozinhas no quarto."

Beatriz diz que o facto de serem "obrigadas" a falar a língua inglesa durante as duas semanas fez com que perdessem a vergonha. "Dá para ganhar confiança." Por outro lado, frisa, a família que as acolheu também as "corrigia sempre que era preciso e fazia de tudo" para que aprendessem. Desde que vieram de Dublin, as duas passaram a "ler livros em inglês do início ao fim, a ver filmes sem legendas, a dar menos erros a escrever e a ter à-vontade para falar". Além disso, a viagem serviu também para conhecerem pessoas, sítios e a própria cultura, já que podiam passear ao fim de semana. "Foi uma experiência incrível", assegura Daniela, que mantém contacto via WhatsApp - e em inglês - com os amigos que fez em Dublin.

Daniela e Beatriz fizerem o curso intensivo através da Vida Edu, uma empresa especializada em experiências educativas no estrangeiro e que, tal como muitas escolas de línguas, organiza viagens para outros países com vista à aprendizagem de outros idiomas e culturas. "Temos cursos para pessoas dos 8 aos 100 anos, em mais de 80 destinos, onde se aprendem nove línguas diferentes", explica ao DN Ana Martins, relações-públicas da empresa.

Inglaterra e Malta são os destinos mais procurados, inglês a língua que mais gente quer aprender ou aperfeiçoar. São organizados cursos intensivos, estágios para jovens, experiências profissionais, voluntariado, anos sabáticos. "A grande vantagem é que estão em contacto 24 horas com a língua, o que faz que aprendam muito mais rápido. Além disso, têm atividades para conhecer os sítios, as culturas, as tradições. É a forma mais rápida de ficar falante de uma língua", assegura Ana Martins. Quanto aos preços, a responsável diz que variam consoante o tempo que a pessoa fica no país, o tipo de alojamento que escolhe, o número de aulas por semana. Oito dias em Bournemouth, no Sul de Inglaterra, com alojamento em residência de estudantes, curso e programa de atividades, custam 390 euros.

A Bristol School, a International House e a Royal School of Languages são algumas das empresas que também organizam cursos no estrangeiro. Esta última, lê-se no site, promete umas "férias inesquecíveis", num outro país, onde jovens e adultos podem praticar o inglês. "O segredo? Falará inglês de manhã à noite!", dizem.

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