A ministra da Cultura, Graça Fonseca anunciou hoje que a Lusa, em parceria com outras entidades vai desenvolver um sistema de fact-cheking para combater as fake news, numa conferência destinada a discutir o assunto, organizada pela própria agência em parceira com a agência espanhola EFE..A ministra afirmou ter desafiado a Lusa a lançar este debate na sociedade portuguesa, dada a importância que o tema tem no futuro das democracias ocidentais e na qualidade da democracia. "É disso que estamos aqui a falar hoje", disse.."Hoje em dia, a tecnologia permite-nos ter sistemas bastante sofisticados de 'fact-cheking'", disse, referindo a inteligência artificial como meio de combater a atual "capacidade de os algoritmos determinarem as notícias" que são lidas pelo utilizador, um fenómeno conhecido por filter bubbles. ."Isto muda radicalmente a forma como a comunicação social se organiza e como consumimos conteúdos e temos acesso a notícias", sustentou. A ministra da Cultura citou estudos de agências noticiosas segundo os quais cerca de dois terços das pessoas acedem a notícias através de plataformas agregadoras de conteúdos e apenas 32% sabe a origem da informação que leu..Para a ministra, o primeiro passo para mudar o panorama da desinformação é ter consciência do que está a passar-se: parar, questionar e pensar. "É muito importante que a comunicação regulada, que opera de acordo com um código deontológico conhecido seja uma arma forte, seja capaz de se transformar, de se adaptar e de responder a esta concorrência muito difícil", declarou.."O fact-checking deveria não ser só uma forma de jornalismo, mas uma atitude de todos os jornalistas, a aplicar a todo o trabalho", afirmou o presidente da Efe, Fernando Garea, durante a conferência de hoje, na Culturgest.