Josip Perkovic, que integrou os serviços secretos da ex-Jugoslávia e dirigiu os serviços de informações da Croácia, após a independência em 1991, era procurado pela justiça alemã há vários anos em relação com a morte de um opositor ao regime de Tito. A detenção verificou-se no primeiro dia da entrada em vigor na Croácia do mandato de prisão europeu, que estabelece novas regras de extradição entre os países membros da União Europeia (UE)..Perkovic vai contestar a extradição, disse o seu advogado à rádio nacional. A justiça croata deve pronunciar-se sobre nos próximos oito dias sobre o caso de Perkovic, na origem de um diferendo entre Bruxelas e Zagreb logo após a entrada da Croácia na UE a um de julho 2013. .Três dias antes da adesão, a Croácia aprovara uma lei que limitava o mandato de prisão europeu a casos posteriores a agosto de 2002. Ficavam assim excluídos os crimes cometidos na época da Jugoslávia (1945-1990) e durante a guerra servo-croata (1991-1995)..A questão envolvendo Perkovic chegou a criar tensões entre a Croácia e a Alemanha, seu tradicional aliado, tendo a chanceler Angela Merkel estado ausente da cerimónia de adesão como forma de expressar o seu descontentamento. Só a ameaça de sanções por parte da Comissão Europeia levou Zagreb a mudar de atitude, reformulando a lei que limitava o alcance do mandato europeu..Segundo os media croatas, as reticências do poder político em Zagreb estariam relacionadas com informações em posse de Perkovic que poderiam comprometer os círculos dirigentes do país.