Exército liberta opositores cercados por islamitas

As forças armadas tunisinas retiraram sábado 1200 opositores que tinham sido bloqueados num hotel na ilha de Djerba, onde participavam num evento político, por simpatizantes do partido islamita no poder, Ennahda.
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De acordo com fontes do partido Nida Tunes (Apelo da Tunísia, secular), os militares e a polícia tunisina conseguiram fazer subir para camiões os 1200 participantes num evento político no hotel da ilha, depois de um grupo de cerca de 200 islamitas terem sido levados a dispersar das imediações do hotel.

A porta-voz do Nida Tunes, Aida Klibi, indicou à Efe que, ao fim de cinco horas de bloqueio na sala de congressos do hotel, "as negociações entre os militares e os agressores surtiram efeitos" e puderam abandonar o hotel.

Líderes, responsáveis e militantes de vários partidos da oposição foram bloqueados no hotel onde assinalavam hoje os "40 dias de luto" pela morte de um responsável do partido Nida Tunes, Lotfi Naguedh, que foi linchado por simpatizantes islamitas do partido no poder em outubro, durante uma manifestação na cidade de Tataouine, também no sul do país.

O partido Nida Tunes, fundado em julho último por Beyi Caid Essebsi, que liderou o governo de transição na Tunísia depois da deposição do antigo Presidente Zine El Abidine Ben Ali, tem sido alvo de uma campanha de descrédito por parte do Ennahda, que tem tentado impedir que o partido da oposição se apresente nas próximas eleições.

O Ennadha tem acusado o Nida Tunes de "servir de trampolim" para a reintegração na vida política do país dos apoiantes de Ben Ali, deposto em 14 de janeiro de 2011.

Nos últimos meses, simpatizantes do Ennahda agrupados no que denominam "Comité para a Proteção da Revolução" (CPR) têm vindo a cometer atos violentos contra políticos da oposição e instituições do país.

Em 4 de dezembro, o CPR atacou a sede do sindicato mais importante da Tunísia, União Geral dos Trabalhadores Tunisinos (UGTT), causando uma dezena de feridos.

O sindicato e a maioria dos partidos da oposição pediram a dissolução do que consideram "falanges fascistas violentas".

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