Exemplos de Ederson e Mourinho na queixa do Sporting à FIFA contra Rui Patrício
O Sporting apresentou uma queixa na FIFA contra Rui Patrício e o Wolverhampton, na sequência do processo de rescisão do guarda-redes, alegando justa causa, e posterior assinatura de contrato com o clube inglês.
Nas alegações, a SAD leonina exige o pagamento de 54,702 milhões de euros ao jogador e ao Wolves por defenderem que não existe justa causa para a quebra do contrato que o atleta tinha com os leões até 2022.
No documento datado do dia 6 de julho de 2018 a que o DN teve acesso, a SAD leonina revela que Rui Patrício auferia um salário anual de 2,376 milhões de euros e que as consequências da rescisão, caso não seja reconhecida justa causa, seria o pagamento de 45 milhões de euros, valor correspondente à cláusula de rescisão e que considera ser o valor que ambas as partes concordaram em ser a avaliação do guarda-redes no mercado de futebolistas.
O Sporting defende que os 45 milhões de euros correspondem na realidade ao valor justo de Rui Patrício e até exemplificam com o caso de Ederson Moraes que se transferiu do Benfica para o Manchester City por 40 milhões de euros, lembrando que o guarda-redes português é o titular da seleção portuguesa.
Os leões referem que Rui Patrício tinha contrato válido até 2021/22, sendo que o valor total dos salários do contrato que ficou por cumprir ascendiam a 9,702 milhões de euros, que a SAD argumenta que também terá direito a receber se não for reconhecida justa causa.
É o somatório da cláusula de rescisão com os salários que teriam de ser pagos até final do contrato que perfaz os 54,702 milhões de euros exigidos pelo Sporting.
Os leões fazem o histórico de todo o processo que culminou na quebra contratual e solicitam à FIFA que analise este caso através do seu órgão competente, invocando inclusive outros casos que defende fazerem jurisprudência neste caso Rui Patrício.
Uma das justificações de Rui Patrício para a justa causa são as críticas que o ex-presidente Bruno de Carvalho fez aos jogadores através de SMS e textos publicados no Facebook. O Sporting rebate esses argumentos invocando inclusive José Mourinho, que é citado numas declarações em que atacou a equipa do Manchester United após uma série de derrotas.
É ainda descrita toda a sequência de factos que redundaram na invasão e agressão aos jogadores na Academia, em Alcochete, factos citados por Rui Patrício para a justa causa da rescisão, tendo os leões garantido que o seu centro de treinos está devidamente licenciado e cumpre todas as regras de segurança requeridas pela UEFA e a Federação Portuguesa de Futebol.
Nas suas alegações, o Sporting lembra ainda o caso dos jogadores que requereram a rescisão dos seus contratos com clubes ucranianos devido à situação política local, que colocava em causa a sua segurança, e na qual a FIFA deu razão aos clubes por terem tomado todas as precauções de segurança.