A juíza presidente do coletivo da 4ª Vara Criminal de Lisboa, Rosa Brandão, referiu, na tarde desta segunda-feira, que o tribunal deu por provados quase todos os factos que constavam da acusação contra os quatro arguidos. Pela "gravidade" dos factos, como sublinhou a juíza, Sónia Moreira e Sílvia Marques Bom, que foram expulsas do DIAP de Lisboa antes do julgamento, foram condenadas a penas de prisão suspensas na execução por terem acedido indevidamente a dados confidenciais e abusado das suas funções para ajudar o burlão Lorosa de Matos, por quem foram seduzidas. Sónia Moreira ficou condenada a 3 anos e 6 meses de prisão, pena suspensa por igual período, em cúmulo jurídico, pelos crimes de violação agravada do sigilo profissional, três crimes de falsificação de documento na forma agravada e um na forma simples;dois crimes de abuso de poder e um crime de favorecimento pessoal. Sílvia Marques Bom foi condenada,e m cúmulo jurídico, a 2 anos e 9 meses de prisão, pelos crimes de violação do sigilo, acesso indevido a dados, três crimes de falsificação de documento e um crime de abuso de poder. José Lorosa de Matos, o burlão que se fez passar por inspetor da Interpol com outro nome para as seduzir, foi condenado a 5 anos de prisão efetivos por falsificação de documento. Prisão efetiva porque Lorosa de Matos era à data dos factos, um evadido da cadeia e um criminoso reincidente, como referiu a juíza. Ainda terá de responder, num processo à parte, por crimes de burla pendentes. Finalmente, o cúmplice de Lorosa de Matos e atual companheiro da ex-magistrada Sónia Moreira, Rui Novais, foi condenado a um ano e três meses de pena suspensa pelo crime de falsificação de documento. Também terá de responder num outro inquérito por burlas. À saída do tribunal, os advogados de Rui Novais e de Sílvia Marques Bom adiantaram ir ponderar ainda se recorrem da decisão. Já as defesas de Sónia Moreira e Lorosa de Matos não prestaram declarações.