Ex-presidente da Coreia do Sul condenada a 24 anos de prisão
A antiga presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, foi condenada a 24 anos de prisão pelos crimes de abuso de poder, corrupção e coerção, tendo agora uma semana para recorrer.
"A presidente abusou do poder que lhe foi dado pelos cidadãos", disse o juiz na leitura da sentença.
A ex-chefe de Estado sul coreana, de 66 anos, foi declarada culpada pelo tribunal de Seul de várias acusações de abuso de poder, coação e suborno, no quadro do processo de corrupção que levou à destituição do cargo em janeiro de 2017. Park Geun-hye vai ainda ter de pagar uma multa de 18 mil milhões de won (13 milhões de euros).
A sentença, que foi transmitida pela televisão, considera que a ex-presidente e a amiga Choi Soon-sil, conhecida como "Rasputina", foram responsáveis pela criação de uma vasta rede de favorecimentos tendo extorquido empresas como a Samsung, Hyunday e Lotte.
Segundo o juiz Kim Se-yoon, Park obrigou várias empresas sul-coreanas a entregar milhares de wons a duas fundações controladas pela sua confidente e "amiga de 40 anos", Choi Soon-sil.
O magistrado salientou que as empresas foram "obrigadas a entregar somas avultadas", superiores a mais de 23 mil milhões de wons e que a acusada deixou Choi controlar as fundações "sem que esta tivesse o direito de o fazer".
Park Geun-hye está em prisão preventiva desde março de 2017, tendo o Ministério Público pedido uma sentença de 30 anos de cadeia e o pagamento de uma multa de 118,5 mil milhões de won (89 milhões de euros).
O magistrado salientou que as empresas foram "obrigadas a entregar somas avultadas", superiores a mais de 23 mil milhões de wons e que a acusada deixou Choi controlar as fundações "sem que esta tivesse o direito de o fazer".
A filha mais velha do ditador militar Park Chung-Hee, que em 2013 se tornou chefe de Estado apresentando-se como a incorruptível "Filha da Nação", foi envolvida num escândalo que voltou a ilustrar as ligações perigosas entre o poder político e as empresas.
Em frente ao edifício do tribunal juntou-se uma multidão de apoiantes da ex-presidente que criticam o sistema judicial e que consideram "que o império da lei está morto" na Coreia do Sul.
A ex-chefe de Estado não compareceu nas sessões do julgamento nem esteve presente durante a leitura da sentença porque afirma que foi julgada de forma "parcial" fazendo-se representar pelos advogados.
Julgada em separado, a amiga de Park Geun-hye, Choi Soon-sil, foi condenada em fevereiro a 20 anos de prisão.