Ex-ditador das Maldivas fica detido a aguardar julgamento por terrorismo
O antigo ditador das Maldivas, Maumoon Abdul Gayoom, e o antigo Presidente Supremo Tribunal, Abdulla Saeed, vão permanecer detidos enquanto durar o julgamento em que estão acusados de terrorismo.
No total, nove pessoas, incluindo outro juiz do Supremo, um antigo chefe da polícia e quatro deputados, entre os quais um filho e um genro de Gayoom, estão acusadas de terrorismo, mas o ministério público das Maldivas não esclareceu em que se baseia esta acusação.
Caso sejam condenados, podem enfrentar penas de prisão até 20 anos. Há ainda dois outros acusados por alegados subornos relacionados com este caso.
As Maldivas, onde vigora até hoje um estado de emergência, vivem uma grave crise política, desde que a 01 de fevereiro o Supremo Tribunal ordenou a anulação de condenações a novos opositores e decidiu permitir o regresso ao parlamento de 12 deputados contrários ao Governo.
O Presidente das Maldivas, Abdulla Yameen, decidiu dois dias depois não acatar a decisão e Saeed e Gayoom foram detidos e permanecem na prisão, depois de terem sido presentes a tribunal para uma primeira audição esta quarta-feira.
A 05 de fevereiro, o Presidente declarou o estado de emergência, assegurando que o Supremo e Gayoom orquestraram um golpe de Estado para o retirar do poder.
"Após as investigações realizadas pela polícia das Maldivas sobre a tentativa de derrubar ilegalmente o Governo estabelecido legalmente, o gabinete da procuradora geral apresentou queixa contra 11 indivíduos num tribunal criminal", confirmou a presidência em comunicado.
A advogada do ex-presidente do Supremo afirmou que os defensores dos detidos não tiveram acesso a nenhum registo policial, apesar de terem reclamado.