Um quadro do Partido Comunista Chinês (PCC) foi sancionado por ter evitado fumar perante responsáveis religiosos muçulmanos, o que superiores consideraram um sinal de fraqueza face "ao extremismo", noticiou hoje a imprensa local..Jelil Matniyaz, chefe do PCC numa aldeia da região autónoma do Xinjiang, no noroeste do país, foi sancionado pela "fraqueza das suas posições políticas (...) e porque teve medo de fumar em frente de responsáveis religiosos", disseram as autoridades locais, num anúncio publicado na Internet pelo Diário de Hotan..Matniyaz, membro da etnia muçulmana 'uigure' que ocupava o cargo de "alto funcionário" no aparelho do partido, passou a ter o estatuto de simples "funcionário", de acordo com o anúncio.."O facto de os quadros ousarem, ou não, fumar perante responsáveis religiosos reflete a força do compromisso com a laicidade", explicou um dirigente local não identificado, citado pelo Global Times, jornal em língua inglesa do grupo do Diário do Povo.."Fumar continua a ser uma escolha individual e os religiosos, como o resto da população, devem respeitar-se mutuamente, mas esta forma de não fumar vai na direção do extremismo religioso em Xinjiang", acrescentou o responsável da comunidade de Hotan, à qual pertence a aldeia em questão..Xinjiang é palco de tensões entre a comunidade 'uigure' e a etnia 'han', maioritária na China. Ataques cometidos nos últimos anos têm sido atribuídos por Pequim a separatistas uigures, com estes a acusarem o regime chinês de seguir uma política desfavorável à sua comunidade..No final de março, a Assembleia Regional aprovou uma lei que reforça a regulamentação sobre o uso de símbolos religiosos em nome da luta contra "o fanatismo". De acordo com o texto, o uso de véu integral ou "barba anormal" é agora proibido no Xinjiang..Em julho de 2009, conflitos étnicos em Urumqi, a capital de Xinjiang, causaram 197 mortos e mais de 1.500 feridos, a maioria dos quais 'han, a principal etnia da China..Território rico em petróleo e outros recursos minerais, com uma área equivalente à França, Espanha e Portugal juntos, Xinjiang confina com o Paquistão, Afeganistão e várias repúblicas da Ásia Central que faziam parte da antiga Uniao Sovietica.