Europol alerta para "repetidas ameaças" do ISIS a Portugal e a Espanha
A Europol alerta para as "repetidas ameaças" do grupo Estado Islâmico (EI) a Portugal e Espanha e considera que ataques semelhantes aos de novembro, em Paris, podem ocorrer num "futuro próximo" na União Europeia, destacando os países mencionados na propaganda dos terroristas.
No relatório divulgado hoje pelo serviço europeu de polícia sobre o terrorismo na União Europeia 2016, a Europol refere, no capítulo sobre terrorismo jihadista e o EI, que a organização tem "repetidamente ameaçado a Península Ibérica e os membros da UE da coligação anti-EI nos seus vídeos de propaganda, fazendo referências específicas à Bélgica, França, Itália e Reino Unido".
No parágrafo anterior, lê-se que os ataques de 13 de novembro, em Paris, que mataram 130 pessoas, introduziram uma tática para "causar mortes em massa", ao combinar o uso de armas pequenas com dispositivos explosivos improvisados colocados em coletes suicidas.
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"A forma como estes ataques foram preparados e levados a cabo - por regressados [da Síria e do Iraque], muito provavelmente com ligação aos líderes do EI e incluindo a utilização de recrutas locais para realizar os atentados - levam-nos a dizer que ataques semelhantes podem ocorrer na UE no futuro próximo".
Segundo o relatório, 151 pessoas morreram - 148 em França, dois na Dinamarca e um na Grécia - e 360 ficaram feridas em ataques terroristas na Europa no ano passado. Seis estados-membros enfrentaram ataques ou tentativas e mais de mil pessoas foram detidas por acusações relacionadas com terrorismo, 424 em França.
"Como em 2014, as armas de fogo foram usadas, em pelo menos metade dos ataques registados pelos Estados-membros. Explosivos foram usados em 24 ataques (22%), o que é a continuação do decréscimo do uso deste 'modus operandi' [forma de atuação]", lê-se.
Desenvolvimentos preocupantes
Quanto a prisões realizadas em 2015, no quadro do terrorismo, a Europol indicou duas detenções de separatistas, feitas em Portugal.
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Há dois desenvolvimentos preocupantes, salienta o relatório: o regresso de números substanciais de jihadistas que combateram pelo Ei aos seus países natais e o "aumento do sentimento nacionalista (xenofobia), racistas e antissemita em toda a União Europeia, resultando no aumento do extremismo de extrema-direita.
Por outro lado, a Europol considera que, apesar de dois dos terroristas de Paris terem entrado na UE através da Grécia como refugiados, "não existem provas concretas até à data que demonstrem que os terroristas estejam a usar sistematicamente o fluxo de refugiados para entrar dissimuladamente na Europa".