Europa evitou grexit (para já) mas sai dividida da negociação

União. Posição intransigente da Alemanha embateu na posição mais conciliadora de França. No final, houve um compromisso, mas as brechas estão lá e há mais desafios pela frente.
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A maratona de negociações que terminou já de manhã em Bruxelas acabou com um acordo que afasta (ou apenas adia) a ideia de Grexit, uma saída da Grécia da zona euro. Mas a intransigência da Alemanha - secundada por vários países do norte da Europa - face à posição mais conciliadora de França, com o apoio de Itália entre outros, acabaram também por revelar as brechas existentes dentro da própria União Europeia. No final, o eixo franco-alemão saiu danificado.

"Para o Norte, de tradição protestante, a Europa é um conjunto de regras que é preciso respeitar. Para os outros, de tradição católica, as regras são apenas ferramentas ao serviço de um objetivo superior: a união", indicou o jornalista François Lenglet da France 2. "Até agora, esta divisão nunca impediu a Europa de avançar, porque sempre foi reduzida pela máquina de produzir compromissos: o casal franco-alemão", acrescentou.

Foi o próprio presidente francês, François Hollande, a admitir ontem de manhã que o mais importante era preservar a relação entre Paris e Berlim. "Se não há essa solidez, que não impede que por vezes haja diferenças, se não há essa relação para procurar um compromisso, não há acordo", afirmou Hollande. O presidente serviu como contraponto à posição da chanceler alemã, Angela Merkel, que até à cedência de Atenas defendia o Grexit.

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