O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, "decidiu impor uma sanção" à ainda eurodeputada socialista Maria João Rodrigues, "em resultado do comportamento para com a sua assistente parlamentar, o que constituiu assédio moral". De acordo com o vice-presidente do PE, o checo Pavel Telicka, que anunciou a sanção em plenário, esta "consiste numa repreensão" escrita, que é a penalização mais leve prevista pelo regulamento da instituição..A medida pode ser sujeita a recurso. Num comunicado já divulgado, Maria João Rodrigues discorda da apreciação de Tajani. "Respeito a comissão consultiva do presidente, mas não posso concordar com a sua avaliação deste caso. As acusações feitas são ou injustificadas ou baseadas em factos não ocorridos", garante Maria João Rodrigues..A eurodeputada deixa depois um remoque à divulgação do caso, "antes de ser avaliado", que teve um "grande impacto mediático", apontando ainda a "instrumentalização" do caso contra si "no momento crítico de formação da lista de candidatos do PS para as eleições europeias". ."A justiça e credibilidade de todo este processo foi seriamente afetada", disse, acrescentando que defendeu "objetivos fundamentais para Portugal", e apesar de ter contado "com muitos apoiantes", encontrou também "alguns opositores noutros países, no que respeita à reforma da zona euro e ao orçamento comunitário, e que contra-atacaram usando este caso"..Sem fazer críticas ao secretário-geral socialista, António Costa, o comunicado de Maria João Rodrigues termina também com um "lamento" por "não poder continuar" o trabalho "como membro do próximo Parlamento Europeu, num momento que será chave para o futuro do projeto europeu"..Sobre o processo de assédio moral, movido por uma antiga assistente, a deputada socialista lamenta que um dos seus "colaboradores", no passado, "tenha sentido mal-estar e nunca o tenha mencionado"..Maria João Rodrigues admite que, para "fazer face a um alto nível de responsabilidade e de ritmo de trabalho com uma pequena equipa de apoio direto composta por quatro assistentes", obrigou a "uma situação muito exigente" para toda essa equipa "e naturalmente que em todos os ambientes exigentes de trabalho, há momentos de stress"..A eurodeputada recordou no seu comunicado que os seus colaboradores atestaram "numa declaração recente" essa exigência.