EUA diz que a Rússia pode ter adulterado provas no local de ataque químico
A Rússia pode ter adulterado o local do alegado ataque com armas químicas em Douma, na Síria, disse o enviado norte-americano à Organização para a Proibição de Armas Químicas, ao mesmo tempo que solicitou a condenação do organismo relativamente ao uso continuado de armas químicas proibidas.
Estas declarações foram proferidas durante uma reunião que decorreu à porta fechada na Organização para a Proibição de Armas Químicas, que foi convocada depois de um ataque levado a cabo no dia 7 de abril em Douma, perto da capital Síria, onde dezenas de pessoas morreram devido a um ataque, alegadamente com gases tóxicos.
"Há muito que este conselho devia ter condenado o governo sírio pelo seu reinado de terrorismo químico e exigido responsabilidade internacional para os culpados por esses ataques hediondos", disse Kenneth Ward, o embaixador norte-americano, em declarações obtidas pela Reuters. Ward acrescentou que tem conhecimento "que os russos podem ter visitado o local do ataque" e que os americanos estão preocupados com a possibilidade de ter havido uma adulteração para prejudicar a investigação da OPCW.
Os Estados Unidos, o Reino Unido e a França dispararam mais de 100 mísseis contra alvos na Síria na madrugada de sábado. Donald Trump, presidente dos EUA, afirmou que o objetivo era minar os esforços do governo sírio para produzir e recorrer ao uso de armas químicas, em resposta à violação da Convenção de Armas Químicas.
Os inspetores da OPCW visitaram na segunda-feira locais em Douma, com o objetivo de recolher amostras, entrevistar testemunhas e documentar o ataque, com o objetivo de verificar se foram usadas armas químicas ilegais.