Dois cursos técnicos superiores profissionais (CTeSP) são a nova aposta do Instituto Superior de Educação e Ciências (ISEC) de Lisboa. Esta instituição, já conhecida pela aposta na inovação curricular, promete colmatar as necessidades do mercado de trabalho do país já a partir do próximo ano letivo..Ao DN, a presidente do ISEC, Cristina Ventura, conta que os CTeSP vieram revolucionar o crescimento da escola: "Fizemos uma aposta fortíssima nesta nova tipologia de ensino superior e isso contribuiu bastante. Atingimos o topo e somos atualmente a maior instituição de ensino superior politécnico privada"..De acordo com a professora, a escola triplicou o número de estudantes em apenas sete anos, passando a ocupar o primeiro lugar das instituições de ensino superior politécnico privadas do país. "Estuda na maior" é o novo lema da instituição, que se orgulha da "confiança que os alunos e as famílias depositam" no ISEC..A instituição tem por hábito "apostar nos nichos de mercados que se antecipa virem a ser as necessidades do futuro", daí a criação dos novos CTeSP: Turismo e Transporte Aéreo e Operações com Aeronaves Não Tripuladas. "Fizemos isto na aeronáutica - introduzimos a aeronáutica no ensino superior - com a proteção civil, gestão autárquica, optometria, e agora com os drones e a junção entre o turismo e o transporte aéreo", explica Cristina..Atualmente, o ISEC já conta com 17 CTeSP que visam uma proximidade com as empresas, associações e autarquias parceiras dos cursos. "A nossa taxa de empregabilidade média para todos os cursos é de 98% e temos várias licenciaturas com 100%", esclarece.."O facto de anteciparmos as necessidades do mercado e contactarmos diretamente com os empregadores na construção dos currículos, levam a que depois esses empregadores recebam os nossos diplomados com muita facilidade", frisa..O novo curso de Turismo e Transporte Aéreo é o primeiro CTeSP feito em associação de duas instituições de ensino superior politécnico: ISEC e Instituto Superior de Gestão e Administração de Santarém (ISLA Santarém). Segundo Cristina Ventura, "é relevante trabalhar em conjunto para proporcionar uma experiência eficaz. O lema "juntos somos mais fortes" aplica-se mesmo aqui"..Este curso técnico superior profissional propõe que os estudantes desenvolvam competências associadas às atividades turísticas e transporte aéreo, desde tudo o que envolve a seleção de um destino, a reserva de bilhetes, check-in, embarque e desembarque e quaisquer questões documentais que possam surgir durante uma viagem.."O setor do turismo e transporte aéreo são muito interdependentes, mas têm um problema comum que se prende com a falta de recursos humanos. Tendo presente todos os números que apontam para o crescimento desta área e a necessidade de profissionais qualificados, pareceu-nos óbvio o que deveria ser o nosso contributo. Assim, a intenção deste curso é formar profissionais que possam acompanhar o turista desde o momento em que ele pensa fazer uma viagem até ao momento em que ele regressa a casa", informa..Isto porque "cada vez mais as pessoas procuram experienciar o sítio para onde vão, daí a necessidade de profissionais que permitam que as coisas não corram mal quando o turista já lá está". Logo, depois deste CTeSP, "existirão profissionais de turismo que passam a conhecer toda a componente do transporte aéreo e dos novos mercados turísticos"..Já o curso Operações com Aeronaves Não Tripuladas, prevê uma formação para a pilotagem de drones. Em parceria com as empresas Absant e DD Systems, o ISEC desenhou um curso que "forma um operador para o antes e depois da aterragem", bem como para todo o conjunto de planeamento de missões com aeronaves não tripuladas.."Há uns anos que os drones deixaram de ser apenas um "brinquedo"", defende a professora. Logo, este CTeSP tem várias funções "quer seja para recolha de imagens, na área da proteção civil, controlo e prevenção de incêndios florestais, entregas e outros". E no final, os alunos que frequentam este curso vão poder fazer uma certificação oficial como Pilotos de Drones..Cristina Ventura espera que a responsável pela pasta do Ensino Superior [Elvira Fortunato] "tenha vontade de conhecer com igual profundidade o subsetor do ensino superior privado e que queira tomar conhecimento daquilo que foi a sua profunda transformação nos últimos 5-7 anos". "O ensino superior privado ao dia de hoje não é o que era em 2010", sublinha..Assim sendo, realça um novo olhar para as dificuldades e relembra que "o ensino superior português está pouco preparado para aquilo que são as verdadeiras mudanças que a sociedade complexa e global impõe. Quer seja para a transição digital, para a transição energética, alterações climáticas ou para a sociedade de riscos emergentes. Uma coisa é a retórica, outra é a ação. É preciso que nas salas de aulas os professores inovem"..Além disso, admite a necessidade de o ensino superior politécnico privado desenvolver a componente de investigação aplicada. "É necessário trabalhar e desenvolver a componente de investigação, feita com o intuito de resolver problemas reais e concretos da sociedade portuguesa, em particular da região em que cada uma está inserida"..ines.dias@dn.pt