Estreia de "Joker" deixa autoridades americanas em alerta sobre possíveis atentados
20 de julho de 2012: na estreia do filme The Dark Knight Rises (O Cavaleiro das Trevas Renasce), um homem lançou gás lacrimogéneo e disparou com armas de fogo contra as pessoas que estavam na sessão da meia-noite do cinema Century 16 em Aurora, Colorado, EUA. 12 pessoas foram mortas e 70 ficaram feridas.
O atirador, James Eagan Homes, na altura com 24 anos, era fã dos filmes de Batman, no entanto não apresentou qualquer explicação para ter realizado o ataque durante este filme. Tinha considerado outros locais mas acabou por escolher o cinema, por questões práticas. "O terrorismo não é uma mensagem. A mensagem é que não há mensagem", escreveu na altura.
Apesar destes factos, a polícia de Los Angeles e o exército americano já anunciaram que vão estar em alerta esta semana devido à estreia do filme Joker. O filme realizado por Todd Philips e protagonizado por Joaquin Phoenix tem ante-estreia na quarta-feira nos Estados Unidos e chega no dia seguinte aos cinema de todo mundo. Além de se tratar de uma nova incursão no universo de Batman, o próprio filme tem uma temática bastante negra: conta a história de um comediante que decide passar a dedicar-se ao crime, tornando-se um psicopata e um perigo para a sociedade.
O departamento de polícia de Los Angeles anunciou que a presença dos agentes nas salas de cinema vai ser "bastante visível": "Incentivamos todas as pessoas a saírem de casa e aproveitarem todas as atividades de lazer da cidade. No entanto, devem permanecer vigilantes e atentos. Como sempre, se virem algo suspeito, avisem", pede a polícia aos habitantes de Los Angeles.
Entretanto, e também por motivos de segurança, a cadeia Landmark Theatres, que detém 52 cinemas em 27 locais, proibiu o uso de máscaras, caras pintadas e outros brinquedos em todas as sessões de Joker.
Esta semana, um grupo de familiares e amigos de vítimas do tiroteio de Aurora enviou uma carta ao CEO da Warner Brothers, distribuidora de Joker, pedindo-lhe que "use a sua influência e se junte a nós na nossa luta para construir comunidades mais seguras e com menos armas".
Em comunicado, a Warner respondeu: "A violência armada na nossa sociedade é uma questão crítica e estendemos a nossa mais profunda simpatia a todas as vítimas e famílias afetadas por essa tragédia. A nossa empresa tem uma longa história de doações para vítimas de violência, incluindo Aurora, e nas últimas semanas juntou-se a outras empresas para pedir aos legisladores que aprovem leis que ponham fim a essa epidemia."
A distribuidora deixou ainda uma mensagem sobre o filme: "A Warner Bros. acredita que uma das funções da ficção é provocar conversas difíceis em torno de assuntos complexos. Não se iludam: nem a personagem fictícia Joker nem o filme são um incentivo a qualquer tipo de violência no mundo real. Não é intenção do filme, dos seus criadores ou do estúdio, transformar esta personagem num herói."