Estes alimentos eram maus, mas agora nem por isso

Afinal o que é que podemos comer? Vários estudos recentes têm contrariado décadas de alertas no campo da nutrição
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Peixes gordos eram perigosos, agora são saudáveis

As gorduras são um dos inimigos das dietas saudáveis. Assim se acreditava há 30 anos, quando peixes gordos como a sardinha ou o carapau passaram a não ser gratos no prato. "Era mais feeling porque eram peixes gordos do que propriamente evidências científicas", diz o nutricionista Sérgio Cunha Velho. Porém, essas evidências dizem-nos que a gordura destes peixes "é excelente". Isso não significa que se consuma sardinhas e outros peixes gordos todos os dias. "A moderação é importante", aconselha o especialista.

Ovos afinal podem estar no menu três vezes por semana

Sendo um alimento com elevados níveis de colesterol, os ovos começaram a ser desaconselhados para reduzir riscos de doenças cardiovasculares, lembra o nutricionista Sérgio Cunha Velho. Porém, os últimos dados científicos mostram que o colesterol dos alimentos não se traduz num aumento dos níveis do colesterol na corrente sanguínea. As proteínas dos ovos são na verdade recomendadas para uma dieta saudável. Mas atenção, não mais do que três vezes por semana.

Óleo, azeite ou banha? A escolha certa é azeite

Na hora de escolher a gordura com que temperamos saladas ou confecionamos as refeições, a melhor opção é o azeite. Embora durante anos fosse também considerado um ingrediente que devia ser banido das prateleiras. Até que os cientistas vieram dizer que esta gordura "tem benefícios cardiovasculares", aponta a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento. O único senão é usar azeite para fritos. Isto porque, como explica a nutricionista Glenys Jones ao jornal britânico Telegraph, numa lista que analisa os bons e maus alimentos, "o azeite tem um ponto de queima muito baixo e produz pequenas quantidades de carcinogéneos quando aquecido". Por isso, o ideal é usar óleo de canola.

O pão é bom, o problema pode ser o acompanhamento

O pão, sendo feito de cereais, só pode ser uma "fonte muito interessante de hidratos de carbono, especialmente o amido, que toleramos muito bem", explica a bastonária dos Nutricionistas. O único problema "pode ser o acompanhamento". Opte por comer só pão, ou, se puser fiambre ou outra carne processada, a seguir coma uma peça de fruta, acrescenta Sérgio Cunha Velho. Outra forma de equilibrar é alternar o pão com cereais diferentes. A quantidade aceitável por dia vai de duas a quatro fatias.

Afinal beber leite gordo até faz melhor do que o magro

Tirar a gordura ao leite tem sido encarado como uma tarefa benéfica para os consumidores. Mas se gosta mesmo de leite gordo não se preocupe: continua a ter menos de 4% de gordura e algumas delas são saudáveis. Meia caneca de leite por dia (cerca de 250 ml) é a quantidade ideal e estamos a ingerir um terço da dose de cálcio diária recomendada.

Dois a quatro cafés podem ajudar a prevenir doenças

Já existem vários estudos que ligam o consumo moderado de café à prevenção de algumas doenças, entre as quais alguns tipos de cancro e até a doença de Alzheimer. Antes referia-se a ligação do consumo de cafeína a problemas cardíacos como as palpitações. Porém, se mantiver a dose entre os dois e quatro cafés diários, não há riscos.

Chocolate negro é um aliado para a tensão arterial

Se tem tensão alta saiba que pode combatê-la se comer dois quadrados de chocolate negro, com pelo menos 70% de cacau, por dia. A boa notícia é que o chocolate faz bem mas só se tiver um teor elevado de cacau, lembra Alexandra Bento, porque é "rico em fitonutrientes" que ajudam na prevenção de doenças.

Leguminosas ajudam a inibir carcinogéneos

As leguminosas (feijão, ervilhas, lentilhas, favas) também não são um alimento que dificulta a digestão e que se tornam pesados, esclarece Alexandra Bento. Pelo contrário, "são de facto um alimento muito interessante com proteína vegetal e fibra". Além de que ajudam a inibir os agentes carcinogéneos que se encontram em alimentos como a carne processada ou vermelha.

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