Alguém já falou em "war porn" para descrever este filme de guerra de Mel Gibson. Se é verdade que o realizador (mais uma vez não se filma) procurou libertar a violência com um empenhamento direto de discurso e posição, ficam muitas dúvidas relativas a um gosto glutão pelo sangue e o mais básico sadismo. Tortura de dor? A mesma que já engalfinhava o anterior Apocalypto.
O filme é a história verdadeira de um soldado americano da 2ª Guerra objetor de consciência que se alista como socorrista. Em Okinawa torna-se herói por nunca pegar numa arma mas conseguir salvar dezenas de companheiros. É como se Gibson quisesse fazer da sequência inicial de O Resgate do Soldado Ryan o predicado para todo este seu filme, supostamente "pacifista", mas sempre chocantemente moralista e com o peso de um fanatismo religioso que engana tolos.
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O Herói de Hacksaw Bridge tem aquele maniqueísmo eficiente que vai precisamente enganar o público desinformado, capaz de achar nobre a "true story", prontamente justificada com as imagens reais dos veteranos de guerra. Este sim é o pior filme de Gibson, muito longe da glória e do fôlego de Braveheart.
Classificação: **