Estado Islâmico volta a ameaçar Península Ibérica, agora em castelhano
O grupo terrorista Estado Islâmico divulgou pela primeira vez um vídeo em castelhano em que volta a ameaçar a Península Pbérica, que chama de Al Andalus. "Com a permissão de Alá, o Al Andaluz voltará a ser o que foi: terra do califado", disse o militante do grupo que aparece no vídeo com a cara descoberta.
O homem é identificado no vídeo como Abu Lais Al Qurdubi, o que pode ser lido como El Cordobés, numa referência à cidade espanhola de Córdova, segundo o El País. De acordo com a polícia espanhola, Abu Lais é Muhammad Yasin Ahram Pérez, um jovem de 22 anos que nasceu em Córdova, filho de uma espanhola e de um marroquino. O pai está preso em Tânger, Marrocos, por ligações ao jihadismo radical.
"Se não podes fazer a Hégira ao Estado Islâmico, a jihad não tem fronteiras. Faz a jihad onde estiveres", diz Abu Lais. "Aos espanhóis cristãos, não se esqueçam do sangue dos muçulmanos derramado pela inquisição espanhola. Vingar-nos-emos da vossa matança e da que estão a fazer agora com o Estado Islâmico", continua.
No vídeo, divulgado nas redes sociais esta quinta-feira, aparecem várias imagens do atentado em Barcelona.
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"Que Alá aceite os sacrifícios dos nossos irmãos em Barcelona. A nossa guerra convosco durará até ao fim do mundo", diz outro homem, que é identificado no vídeo como Abu Salman Al Andalus.
Não é a primeira vez que o Estado Islâmico ameaça a Península Ibérica. Em 2015, o grupo divulgou um mapa onde definia os territórios que reivindica como parte do seu califado, e Portugal e Espanha estavam incluídos.
Para o ISIS, este território tem um valor simbólico por ter sido uma das raras regiões a ter estado séculos sob governo muçulmano - nomeadamente entre os séculos VIII e XV - e perdida para controlo de estados não islâmicos.
Fernando Reinares, considerado o grande especialista espanhol em terrorismo, disse numa entrevista ao DN que estas ameaças não devem ser desvalorizadas.
"Tanto o denominado Estado Islâmico como a Al-Qaeda e as seus ramificações territoriais falam do Al-Andaluz com hostilidade contra Espanha e Portugal. São menções agressivas que há que ter em conta no momento de avaliar em conjunto a ameaça do terrorismo jihadista", disse Reinares.
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Este ano, foram detidos e condenados a 75 anos de prisão nove membros da autodenominada Brigada Al Andalus: dedicavam-se à doutrinação e recrutamento de 'jihadistas' em Madrid.