Estado Islâmico divulga mensagem áudio do líder
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) divulgou esta quinta-feira o que afirma ser uma nova gravação áudio do seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, o que indica que poderá estar ainda vivo.
Na mensagem, Al-Baghdadi declara que continuará a lutar e saúda os seus 'jihadistas', apesar de terem perdido a cidade de Mossul, no norte do Iraque -- libertada do seu controlo em julho, após uma operação de quatro meses das forças iraquianas, apoiadas por uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos.
[citacao:Essa provação é uma generosa dádiva de Deus]
A gravação de mais de 46 minutos foi hoje transmitida no mercado al-Furqan, controlado pelo EI, e a voz soava como em anteriores mensagens áudio do dirigente, que só apareceu em público uma vez.
A última mensagem de Al-Baghdadi foi divulgada em novembro de 2016.
Muita controvérsia rodeia o clérigo sombrio que tem dirigido o EI desde que o grupo 'jihadista' emergiu da Al-Qaida, no Iraque.
As autoridades russas anunciaram em junho existir uma "elevada probabilidade" de Al-Baghdadi ter sido morto num ataque aéreo russo aos arredores da cidade síria de Raqqa, a capital 'de facto' do grupo 'jihadista', mas responsáveis norte-americanos indicaram posteriormente pensar que ele ainda estava vivo.
O EI sofreu uma série de grandes reveses no Iraque e na Síria nos últimos meses, perdendo o controlo de vastas áreas de território que se encontravam sob o seu controlo em ambos os países.
"Essa provação é uma generosa dádiva de Deus", afirmou Al-Baghdadi.
No auge das suas conquistas territoriais, o EI controlava cerca de um terço da Síria e do Iraque.
Na gravação de hoje, Al-Baghdadi tenta consolar os seguidores das suas recentes derrotas, dizendo que a principal prioridade dos muçulmanos é "satisfazer Deus".
"A vitória contra os seus inimigos e o inimigo de Deus vem a seguir", sustentou, elogiando aquilo que descreveu como "a corajosa defesa de Mossul", feita pelos seus combatentes.
O dirigente também apontou como um sinal da continuidade da eficácia do grupo 'jihadista' os atentados por si reivindicados na Europa, nos Estados Unidos e noutros pontos do mundo.
Fez igualmente um apelo aos apoiantes do EI em todo o mundo para prosseguirem a sua 'jihad' e instaram a maioria sunita da Síria a não aceitar ser governada pela minoria alauita do país, cuja fé deriva do Islão xiita.
As forças leais ao Governo sírio, os seus aliados e outras forças que combatem o EI "não durariam uma hora", defendeu, sem a cobertura aérea fornecida pelos russos e os norte-americanos.