Espia condenada nos EUA vai ser apresentadora em TV estatal russa

Maria Butina esteve presa e foi deportada dos EUA por conspirar a favor de um país estrangeiro. Agora, uma das televisões do estado governado por Putin dar-lhe um emprego como apresentadora.
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Maria Butina, a russa que foi recentemente libertada de uma prisão dos EUA, após cumprir uma pena por conspirar a favor de um estado estrangeiro, vai ser a apresentadora de um programa de televisão online na emissora estatal RT, em que os opositores de Putin parecem ser o principal alvo. Butina foi deportada em outubro para a Rússia após mais de 15 meses numa prisão da Florida.

O anúncio da nova ocupação da russa foi transmitido pela própria RT, que revelou que o programa chama-se "Wonderful Russia Bu Bu Bu" [Maravilhosa Rússia bu bu bu], o que parece indicar que se trata de uma sátira ao líder da oposição Alexey Navalny que frequentemente recorre a expressões sarcásticas nos seus vídeos como a "maravilhosa Rússia do futuro".

Maria Butina, 31 anos, declarou-se culpada num tribunal dos EUA, em dezembro do ano passado, da acusação de conspiração para agir como agente da Rússia ao infiltrar-se num grupo de defesa do porte e uso de armas e influenciar ativistas conservadores e republicanos para as eleições presidenciais de 2016, em que Trump foi eleito. Mais tarde, quando já estava fora da prisão, disse que foi pressionada para se declarar culpada.

A RT informou que Butina já gravou um programa na semana passada em que defendeu a prisão de vários ativistas da oposição russa em protestos anti-Kremlin no início deste ano.

Em novembro, o comissário de direitos humanos da Rússia ofereceu a Butina um emprego em que esta passaria a ajudar na campanha e defesa dos russos que estão presos no exterior.

O Kremlin sempre se colocou ao lado de Butina, considerando que as acusações norte-americanas não eram verdadeiras.

No passado, Putin recebeu vários alegados agentes russos que tinham estado presos no exterior e disse em 2010 que havia entoado canções patrióticas com Anna Chapman, uma espia russa que foi presa nos Estados Unidos e libertada depois como parte de uma troca de prisioneiros entre os dois países. A própria Chapman recebeu um emprego como apresentadora de televisão no canal privado russo REN.

A RT é também definida pelos norte-americanos como "um canal de propaganda de Putin".

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